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sexta-feira, 29/06/2018
Governo do Estado de São Paulo
Boas Práticas

Em Jarinú, alunos são medalhistas olímpicos de Matemática

Com o resultado, estudantes foram convidados para irem à Tailândia representar o Brasil

Participar de uma Olimpíada de Matemática, concorrer com escolas do mundo todo e ficar no topo mais alto do pódio. Foi isso o que aconteceu na unidade Zulmiro Alves de Siqueira, escola estadual localizada na área Rural da cidade de Jarinu. Os alunos dos ensinos Fundamental e Médio conquistaram medalhas de ouro em duas categorias, mais uma de bronze.

“A gente recebeu um e-mail da Secretaria da Educação, por meio da Diretoria de Ensino de Jundiaí, com várias propostas de participação. Olhei a de Matemática e achei interessante, pois tinha que desenvolver a habilidade de trabalhar em grupo. Os professores, em ATPC, apoiaram a ideia e a gente acabou inscrevendo os alunos”, conta a professora coordenadora Aline Cristina Nagatomo.

Os alunos foram escolhidos de acordo com o perfil estipulado pelas regras da Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras: sabiam inglês, matemática e trabalhar em grupo. No total, participaram 18 estudantes do 6º ano, 21 do 7º, 20 do 8º e sete do 9º ano do Fundamental. No Médio, foram nove alunos da 1ª série, nove da 2ª e 10 da 3ª série.

“Como eles nunca participaram, houve aquela empolgação. Por ser em grupo e por poder consultar livros e anotações, percebi que ficaram mais à vontade. E esse formato alavancou uma cumplicidade entre eles, o empenho em fazer a prova e conseguir melhores resultados. Um queria ajudar o outro a desenvolver o melhor trabalho”, lembra Aline Nagatomo.

Para o país inteiro foi a mesma prova, e para os outros países também. Eram 4 idiomas, e eles poderiam responder a primeira questão em francês, espanhol, inglês ou alemão. No Brasil, o restante da prova foi feito em português. E foi um momento de muito aprendizado, até o momento da realização da prova. “Depois da seleção conversamos com cada um deles, que, por gostarem da disciplina, ficaram muito felizes. E por ser algo novo eles logo abraçaram a ideia. No dia da prova a gente passou as orientações, e a maioria participou bastante motivada”, comenta Aline.

A escola Zulmiro Alves de Siqueira recebeu três medalhas, em duas etapas. Na etapa nacional, a medalha de ouro chegou com os alunos do 6º ano. Na etapa estadual, o 6º ano repetiu o resultado e os estudantes do 9º ano ficaram com a de bronze. “Todos ficaram muito felizes. Primeiro vem um certo espanto, e depois o orgulho. Foi a primeira participação da escola e a gente conseguiu essa colocação”, fala admirada a professora coordenadora. Ela relata que, em Jarinu, a EE Orlando Maurício Zambotto também participou e recebeu a prata na etapa nacional.

“A gente está muito entusiasmada. E emocionou muito o empenho e a determinação deles na hora de fazer a prova. Depois dos resultados, ficamos extasiados. Talvez a gente mesmo não acreditasse no resultado, não colocamos tanta esperança. Mas foi tão bom que deixou toda a comunidade feliz. E isso tem mexido com todo mundo”, diz Marilene Cazzoto de Oliveira, professora de Matemática. A equipe contou, ainda, com a ajuda da professora Adriana Zanette e do professor Fabiano Masiero, que também lecionam matemática.

Pedro Luiz Carvalho de Oliveira Costa, 12, é um dos medalhistas de ouro na etapa nacional. Segundo o garoto, a iniciativa colaborou com seu avanço nos estudos. “É bom, para que eu possa me esforçar mais em cima disso”, avalia Pedro Luiz, que sempre gostou de Matemática e, por isso, não encontrou tanta dificuldade em participar, mesmo sendo pego “meio que no susto”, conforme relata.

Pedro Luiz projeta que a conquista das medalhas fará os demais alunos se interessarem por iniciativas como a Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras. “Acredito que meus colegas podem se interessar mais na disciplina. Eu acho que os medalhistas acabaram sendo exemplo para os outros, pois eles veem que um colega conseguiu e eles podem tentar fazer igual”, acrescenta.

“Foi bem legal! Eu não estava esperando isso, na verdade eu não esperava nenhuma medalha. Quando a coordenadora avisou, a gente ficou muito feliz. Ainda mais uma escola pequena ganhar uma medalha de outro, ninguém esperava isso”, fala Tainara Vincenzi de Souza, de 12 anos.

Zulmiro na Tailândia

De acordo com os ótimos resultados obtidos, a EE Zulmiro Alves de Siqueira recebeu o convite para sair de Jarinú, interior paulista, e viajar até a Tailândia, onde acontecerá a fase presencial da competição. “A Olimpíada acontece de 3 a 8 de agosto. Se a gente conseguir um incentivo financeiro, por meio das parcerias que estamos buscando, iremos”, relata a professora coordenadora Aline Nagatomo.

A Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras é a edição brasileira da Mathématiques Sans Frontières, competição criada em 1989 na França. Em 2010, a Rede POC recebeu o convite para realizar a competição no Brasil. Até agora, mais de 244 mil alunos e 9,5 mil classes já participaram.

A professora Marilene Cazzoto de Oliveira quer ver seus alunos representando o Brasil na Tailândia, pois além da experiência cultural, os resultados para a escola serão imensuráveis. “A gente está otimista em relação aos trabalhos futuros, às avaliações externas, por exemplo. Os índices podem até aumentar. E eu acredito que esse empenho será colhido de bimestre em bimestre, pois os alunos irão querer mostrar esses resultados”, conta.

Ana Gabrielly Bonifácio tem 12 anos e recebeu uma medalha dourada. Ela está bastante animada com a possibilidade de viajar para representar Jarinú e região. Inclusive, conseguir o aporte para que a viagem aconteça representa, justamente, o que a aluna mais gostou durante todo o processo, a possibilidade de mostrar força ao se trabalhar em grupo.

“Eu gostei bastante da prova porque foi em grupo, e por isso cada um ajudava para chegar na resposta certa. Trabalhar em grupo é um pouco mais fácil. Quando um chegava numa resposta, todos faziam a mesma conta para saber se estava certa”, ensina a jovem.

A competição trabalha com alunos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, e oferece exercícios que estimulam a imaginação, a racionalização e a formalização de situações cotidianas e, também, a diversão, iniciativa pessoal, organização e cooperação. Não se caracteriza apenas como uma competição, mas também pela possibilidade de que se use no ensino regular os exercícios dos anos anteriores, que funcionam como reforço. Também existe uma conexão com línguas estrangeiras, tendo em vista que uma questão da prova é feita em alemão, espanhol, francês, inglês ou italiano, dependendo do país em que está sendo aplicada.

O objetivo é aproximar as nações participantes por meio do conhecimento entre os adolescentes e incentivar a curiosidade e o interesse pela Matemática. Além disso, os estudantes desenvolvem o trabalho em equipe, a capacidade de se organizarem como grupos, a iniciativa e a oportunidade de aprender se divertindo.