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quarta-feira, 11/12/2002
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Educadores das escolas estaduais terão mais autonomia em 2003

Com o objetivo de tornar a rede pública um pólo de discussão de idéias permanente para a melhoria da educação pública, nesta entrevista o secretário de Estado da Educação, professor […]

Com o objetivo de tornar a rede pública um pólo de discussão de idéias permanente para a melhoria da educação pública, nesta entrevista o secretário de Estado da Educação, professor Gabriel Chalita, fala sobre a democratização do ensino em 2003, onde os educadores serão ouvidos e ajudarão a Secretaria nas principais decisões.

Repórter – Como surgiu a idéia da democratização do ensino em 2003?

Gabriel Chalita – Veio com a Semana de Estudos “A Escola dos Nossos Sonhos”, onde ouvimos pais, educadores, alunos, representantes do Terceiro Setor para tentar construir uma gestão mais democrática da escola. Durante este evento, percebemos que é muito importante a participação de todos que estão dentro do processo educativo. Percebemos que, com relação aos pais, ainda temos que avançar muito para a construção de uma Escola de Família e vamos começar a trabalhar isso.

R – Qual a importância da Escola de Família?

GC – A presença da família na escola é um fator que consideramos fundamental para a melhoria. O professor tem que ser mais sedutor no envolvimento dos pais com a escola e analisar quais as dificuldades que impedem esses pais de não estarem tão presentes na vida escolar dos filhos. Parcerias que possibilitem a alfabetização e profissionalização dos pais podem ser um instrumento de aproximação.

R – Nos dias 10 e 11 de dezembro toda a rede está mobilizada em discutir as propostas para 2003. O que é o Dia da Reflexão?

GC – É o momento onde os educadores vão sugerir e avaliar as ações a serem implementadas no ano letivo de 2003; propiciar a participação da comunidade escolar nas discussões do processo educacional; e aproximar a sociedade e família do ambiente escolar.

R – Qual a importância da democratização dentro da escolha das matrizes escolares em 2003?

GC – O importante deste processo é levar a escola a refletir sobre o currículo. Hoje fala-se muito do número de aulas em cada matéria. Parece que uma disciplina só vai ser boa se tiver um número definido de aulas por semana. A discussão sobre o currículo leva a uma visão de conteúdo, a que tipo de habilidades que queremos desenvolver.

R – Como funciona esta participação?

GC – Durante estes dois dias as escolas fazem uma reflexão sobre o assunto. Depois, entram no site da Secretaria (www.educacao.sp.gov.br) para apresentar suas sugestões e votar nas propostas para a grade curricular. Esta interatividade vem acontecendo cada vez mais dentro da rede pública. Um exemplo bem sucedido aconteceu com a atribuição de aulas. Alguns professores queriam que ela fosse feita na Diretoria de Ensino e outros, na própria escola. Fizemos uma consulta com toda a rede através do site e acatamos a decisão da maioria. Essa é a democratização que estamos buscando.

R – Quais as propostas apresentadas?

GC – Para o Ensino Fundamental, de 1ª a 4ª série, não existem propostas pois a mudança já aconteceu. Num momento anterior, a rede foi ouvida e constatou-se que a principal solicitação era a inclusão de aulas de educação física e ensino de arte, dadas por professores habilitados para isso. Para as aulas de 5ª a 8ª, existem três propostas. Na primeira, a grade atual é mantida. Na segunda proposta, as escolas, além da base comum nacional, contam com uma parte diversificada, onde podem construir o currículo, da forma que achar conveniente, respeitando a Lei de Diretrizes e Bases e legislações complementares. Para o período noturno, esta segunda proposta inclui a disciplina de ensino religioso fora do horário regular das aulas. Na última proposta, o currículo escolar fica aberto para que cada escola possa ir percebendo o tipo de limitação que tenha o seu aluno e vá adaptando seu currículo, respeitando a legislação.

R – E quais as propostas para o Ensino Médio?

GC – Para o Ensino Médio, existem quatro propostas para o currículo escolar. Na primeira, ele será igual ao atual. Na segunda proposta, a grade escolar fica um pouco mais aberta. O primeiro ano é bem parecido com o atual e a grade é fixa, sem opção para a escola mudar. A partir do segundo ano, ela constrói o currículo articulado à proposta pedagógica. Na terceira proposta, a escola vai retomar um currículo que contempla todas as áreas do conhecimento. Na última proposta, o currículo escolar fica aberto para que cada escola possa ir percebendo o tipo de limitação que tenha o seu aluno e vá adaptando seu currículo, respeitando a legislação, como acontece no Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª série.

R – Quando serão implantadas?

GC – As escolas devem escolher as propostas até sexta-feira, dia 13 de dezembro. Depois desta data, vamos tabular os resultados e, no começo do próximo ano, estaremos divulgando qual das propostas será adotada pela rede pública.

R – Onde mais o educador pode participar na definição de metas para 2003?

GC – Eles vão ajudar a Secretaria a fazer o Calendário 2003. Estamos pedindo que as unidades de ensino discutam e analisem que tipo de eventos ou projetos a escola gostaria de ter, saindo um pouco do calendário que a escola faz, como, por exemplo, um grande concurso de literatura na rede. Ver o que os educadores acham interessante de ter como elemento aglutinador de toda a rede, além do calendário que cada escola tem liberdade para escolher.