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terça-feira, 27/09/2016
Pais e Alunos

Homenagem a Caetano de Campos reúne ex-alunos da escola símbolo da educação no Brasil

Encontro aconteceu no antigo prédio na Praça da República e atual sede da Secretaria

Após a reforma de 1890, proposta pelo Governo Federal, quatro Escolas Normais foram criadas no Brasil. Entre elas, a Caetano de Campos, na Praça da República. Além de dar nome e dirigir a unidade, o educador foi responsável por liderar uma grande reforma no sistema de ensino. No lugar de aulas de professor único e método individual, foram construídos prédios com salas separadas por série e o acesso popularizado. É esse legado deixado por Caetano, e a memória pelo centenário da sua morte foi o tema do encontro, na última terça-feira (20), com a presença de ex-alunos e familiares.

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Ao longo do evento, que aconteceu no teatro da atual sede da Secretaria da Educação do Estado, os convidados assistiram a depoimentos, imagens de arquivo e palestras com Jorge Caldeira, Silvia Ferreira dos Santos Wolf e Diana Vidal. Além do papel do próprio Caetano de Campos, eles vão rememorar o trabalho das professoras Dona Maria Guilhermina Loureiro de Andrade e Miss Márcia Brown, que dividiam a direção pedagógica da escola. O momento também contou com a lembrança de nomes da cultura e política nacional que passaram pela unidade, como Mário de Andrade, Cecília Meireles, Sérgio Buarque de Holanda, Guiomar Novaes, Sérgio Milliet e Lygia Fagundes Telles.

“A Caetano de Campos é o resumo da história republicana e representa a passagem do império, época em que existiam súditos, pessoas criadas para obedecer, para um tempo de cidadãos”, destacou o professor Jorge Caldeira. 

O protagonismo na formação de professores da Escola Normal não é a única contribuição da instituição à educação brasileira. No mesmo prédio, foi fundado o primeiro Jardim de Infância público do país e também consolidado o modelo de escola primária para crianças e jovens entre 7 e 14 anos. Dos professores diplomados por mais de seis décadas de funcionamento é possível reconhecer as primeiras tentativas de oferecer uma educação mais próxima à profissionalização.

“Foi uma honra estar presente nesse evento. Conheci muito mais todo o movimento Caetano de Campos, desde a construção até a história do prédio”, afirmou Ciro Paulo Pinto, aluno da E.E. Caetano de Campos da região da Aclimação.

Ambiente de ensino inovador

Até a década de 1970, quando o centro de educação funcionou na Praça da República, alunos e professores circulavam por um ambiente imponente desenhado pelo arquiteto Ramos de Azevedo. Eram ao todo 60 amplíssimas salas de aula, três de música, quatro salas de professores, três secretarias, dois gabinetes dentários, um gabinete médico, três pátios abertos e dois cobertos. O espaço também era referência por abrigar o mais importante museu pedagógico da América Latina e uma biblioteca infantil.

Hoje, o prédio é tombado como bem cultural do Estado e do Município de São Paulo pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP).