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sexta-feira, 29/11/2002
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Leia sobre a palestra do professor em Psicologia Educacional pela UNICAMP Paulo Afonso Caruso Ronca

No último dia da semana de estudos do Fórum Permanente “A Escola dos Nossos Sonhos”, o Mestre em Educação pela PUC-RS e professor em Psicologia Educacional pela UNICAMP, Paulo Afonso […]

No último dia da semana de estudos do Fórum Permanente “A Escola dos Nossos Sonhos”, o Mestre em Educação pela PUC-RS e professor em Psicologia Educacional pela UNICAMP, Paulo Afonso Caruso Ronca, falou sobre o tema: ” Do Futuro da Educação neste país: o podemos esperar ? Esperanças e Incertezas; Tristezas e Alegrias”.

Leia sobre palestra do especialista.

O especialista, Paulo Ronca, ilustrou os temas selecionados por meio de textos de Fernando Pessoa. Com relação à Progressão Continuada um dos primeiros itens da palestra, o professor disse: ” A escola tem levantado bandeiras que podem abalar os professores como o assunto da Progressão Continuada. Ela exige mudanças na mentalidade e no coração de educadores e educandos; atinge-os direta, interna e intimamente no que diz respeito a referenciais, paradigmas, escalas, ciclos e modelos. Na sua essência, a Progressão Continuada significa que a visão avaliativa seja contemplada, tanto no produto final, quanto no processo em que se dá o desenvolvimento global do estudante e a demanda da construção do conhecimento”.

Segundo o educador”, a escola necessita ser crítica e a tristeza é um agente modificado pela sociedade”. Para ele, a esperança é a de que o professor busque o seu terreno, seu espaço e o Estado é um agente que pode auxiliar a escola. “O crescimento qualitativo da educação é um efeito positivo”, conclui Ronca.

“Todos precisam estar atentos para a valorização social do magistério. Essa também é uma esperança, um desafio, ou seja, o que esperamos. O magistério talvez tenha sido a profissão que mais sentiu, nesses anos e que mais sofreu o arranhão da credibilidade, da força. Essa é uma bandeira que precisa ser levantada nesse País”.

Para ilustrar o tema incertezas, Paulo Ronca, leu o seguinte texto: ” Há verdades que se dizem e outras que ninguém dirá. Tenho uma coisa a dizer mas não sei onde ela está” (Fernando Pessoa).

Ronca pergunta: “Onde estão nossas incertezas ? Esses últimos 30 anos foram um caminhão de conceitos. O elenco de termos que a educação se utiliza é a “prateleira” mais cheia. São tantas idéias e teses mas, mesmo assim, existem muitas incertezas que ainda não chegaram à escola. A escola se vê transformada por outros conceitos como a TV, a música e não pelas pesquisas.

Com relação à avaliação, o professor acredita que devemos apontar com precisão a avaliação e os critérios. “Escola forte versus escola fraca. Talvez aí more uma das maiores injustiças desse país, colocando a escola pública como escola fraca, subvalorizando a nossa escola”. Para ele, o conceito de ensino qualitativo e quantitativo ainda não está claro.

“Nosso pensamento não deve estar somente voltado para a contemplação da escola que temos, mas para a humildade de tê-la de modificar. A sociedade brasileira passa por um grave momento de revisão de idéias, busca de alternativas e de revitalização de seus valores éticos e morais. Este é o momento de, juntos, sentarmo-nos à mesa, para repassarmos, não só a identidade de cada um de nós, educadores como a nossa responsabilidade sobre o coletivo”, conclui Paulo Ronca.

A palestra do especialista foi encerrada com um texto escrito por ele em 1992, um diálogo com Machado de Assis, um dos escritores mais importantes da nossa língua.