Propor assuntos de interesse juvenil é a chave para despertar a atenção e interesse dos estudantes. É assim que avaliou o professor de Língua Portuguesa, Wagner Siqueira, ao criar o projeto “Penso, Logo Escrevo”, em 2004.
Com os alunos do Ensino Médio da E.E. Jardim Iguatemi, na zona leste da capital, o educador realiza, semanalmente, atividades de redação que auxiliam no desenvolvimento das habilidades de escrita e leitura, além de encorajar os estudantes a exporem suas opiniões, uma vez que os alunos são convidados a compartilharem com a turma os textos produzidos. “Esta é uma ação concreta para fazer com que o aluno se sinta capaz de produzir um texto sem ter medo, vacilação, sem se sentir acuado de produzir uma redação”, explicou Siqueira.
É característica do projeto que os alunos proponham os temas das redações a serem desenvolvidas por grupos e recebam uma folha com as propostas temáticas. De acordo com o educador, essa folha apresenta o tema proposto por cada sala, as datas em que apresentarão a produção textual, orientações diversas quanto a elaboração dos textos e a data da avaliação final.
“Com esse material em mãos, o aluno pode observar a metodologia do trabalho a ser realizado e consegue se planejar para a realização das atividades. Dessa forma, vai se adaptando ao processo de elaboração dos textos e incorporando uma prática de como estudar com mais eficiência e organização”, disse o educador.
“Apesar de ser um projeto de produção textual, esse projeto não começa nas redações. A gente recebe toda uma teoria de como fazer uma boa redação. Então, o professor passa uma matéria sobre coesão textual e pontuação e acentuação então a gente tem todo esse conteúdo pra começar a redação”, relatou a aluna Giovana Leite Lessa.
Satisfeita com os resultados do projeto, a diretora da unidade Suzy Rocha Ribeiro Silva ressalta que a atividade mais ainda os estudantes uns dos outros. “O aluno produz, o professor avalia, o que não está legal, ele revê, esse aluno reescreve o texto, o professor reavalia, faz isso de uma forma coletiva, onde os alunos aprendem com um provável erro. E as crianças se envolvem umas com as outras na construção desse texto”, disse.
Além da sala de aula
Em 2014, Wagner lançou o livro “O desafio do Projeto Penso Logo Escrevo”, afim de oferecer aos colegas o registro de sua abordagem pedagógica bem-sucedida. Hoje, a obra serve de referência bibliográfica para estudantes universitários do curso de letras e já foi alvo de pesquisa de Mestrado defendida na PUC-SP. Com o projeto, em 2009, venceu o Prêmio Professores do Brasil, conferido pelo Ministério da Educação.