Palestra: profa. Ana María Kaufman
A pesquisadora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires, professora Ana Maria Kaufman, falou para educadores nesta quarta-feira (27/11), na Semana de Estudos “ Escola dos Nossos Sonhos”. Durante a palestra, ela abordou as diferentes formas de aplicação da leitura e a escrita no aprendizado da criança e fez uma comparação entre as intervenções didáticas que favorecem a compreensão do aluno no primeiro ano do Ensino Fundamental e as práticas docentes aplicadas nas aulas de 4º e 7º séries.
A educadora disse que é importante entender as rupturas no processo de ciclos em função das características da heterogeneidades no ensino da leitura e da escrita na escolaridade básica.
“O ensino da leitura e da escrita é um tema complexo e polêmico. Na América Latina ouve-se de forma recorrente a queixa dos adultos a respeito do baixo nível das escritas infantis, além de comentários sobre da falta de interesse pela leitura. Há, inclusive, numerosas pesquisas que colocam em evidência os graves problemas dos alunos, tanto para compreender os textos acadêmicos quanto para expressar-se mediante a escrita, apresentados em estudantes que ingressam na Universidade”, explica Ana Maria Kaufman.
Para professora, o aprendizado das práticas sociais de leitura e de escrita implica num processo prolongado de construção de saberes e estratégicas por parte dos alunos. Neste caso, a intervenção do docente pode facilitar ou dificultar esta construção.
“Durante muito tempo acreditou-se que devíamos ensinar as letras, depois as palavras e depois as frases. Em seguida, acreditou-se que o correto era ensinar como são os textos. Isso bastava para as crianças se tornarem leitoras e produtoras de textos. Atualmente, estamos mudando a maneira de entender o objeto de ensino e, para isso, devemos tomar como referência as práticas sociais de leitura e de escrita. Quando uma criança aprende a ler e escrever, ela é colocada em contato com duas questões diferentes que são: o sistema de escrita e a linguagem escrita”, conclui a professora.
