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quinta-feira, 24/04/2014
Sociedade

Alimentação saudável é aposta de escolas estaduais para combater obesidade infantil

Pesquisa mostra que índice de sobrepeso na rede é de 19%, menor que taxa nacional

A saúde dos alunos que frequentam as escolas estaduais paulistas acaba de passar por um check-up. E o resultado é positivo. Com o apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), foi traçado o primeiro perfil nutricional da rede estadual de ensino com 12 mil estudantes, de 6 a 18 anos de idade. De acordo a amostragem, 71% desses alunos estão no peso ideal. Por outro lado, o índice de sobrepeso, que no Brasil chega a 30% e preocupa especialistas, é de 19% em São Paulo.

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O programa “Alimentação Saudável” teve início no segundo semestre do ano passado, quando cerca 500 educadores capacitados – entre diretores, vice-diretores, professores coordenadores e professores de educação física – mediram o peso e a altura de alunos e alunas de 128 unidades escolares estaduais do interior, capital e Região Metropolitana de São Paulo. A amostra foi aleatória.

Com os dados tabulados pela SBC, a proposta da Educação é agora acompanhar de perto esses alunos que estão acima ou abaixo do peso (cerca de 10% dos alunos avaliados). Para isso, serão distribuídas cartilhas com sugestões sobre as porções alimentícias e atividades físicas. A ideia é que compartilhem com suas famílias o conhecimento adquirido para também melhorar os hábitos em casa. Ainda está sendo articulado com as redes de saúde o encaminhamento do estudante com peso em desacordo, caso seja constatada necessidade de intervenção médica.

Além disso, a Educação vai manter a distribuição de uma merenda saudável e balanceada nas escolas. A Pasta oferece às unidades produtos exclusivos, elaborados por nutricionistas, com baixo teor de sódio,  gordura e ricos em vitaminais. Os profissionais que trabalham na manipulação dos alimentos também recebem treinamento diferenciado na Cozinha Experimental, da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores (EFAP). No espaço, as merendeiras testam receitas, como as do rocambole integral e da farofa nutritiva de frango, que depois serão reproduzidas nas escolas.

“O perfil nutricional foi mais uma das ações pioneiras da Secretaria para mobilizar ainda mais professores e alunos e expandir a conscientização sobre importância da alimentação no processo de aprendizado”, afirma o secretário da Educação, professor Herman Voorwald. “Vamos fazer agora mais capacitações dos educadores, por videoconferências, sobre os problemas relacionados à obesidade, como diabetes e hipertensão, e distribuir 14 mil cartilhas informativas sobre como o assunto pode ser trabalhado”, completa.

Nova fase do projeto

Segundo o diretor da SBC, Carlos Alberto Machado, o índice de 19% de sobrepeso encontrado na rede estadual é melhor do que as taxas nacionais – de toda a população – que apontam quase metade das pessoas com excesso de peso. Apesar disso, ele diz que não é hora de descuido. “Precisamos estimular estas crianças e adolescentes a praticarem atividades físicas e a controlar a alimentação”, orienta o médico.

Por isso, nas salas, durante as aulas de educação física e ciências, por exemplo, dicas sobre alimentos saudáveis também foram incluídos nos programas dos professores. A proposta é fazer uma nova pesagem dos estudantes até o final do ano e avaliar como a ação da Educação, em parceria com a atuação das famílias, influenciou as taxas.