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sexta-feira, 12/01/2007
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Aluna de Escola Estadual é homenageada pelo governador por ler 80 livros em menos de 5 meses

“Já gostava de ler antes do desafio. Dez livros por ano, em média. Mas agora pretendo ler muito mais”, diz a estudante Tudo começou com um desafio cultural proposto pela […]

“Já gostava de ler antes do desafio. Dez livros por ano, em média. Mas agora pretendo ler muito mais”, diz a estudante

Tudo começou com um desafio cultural proposto pela direção da Escola Estadual Maria Antonieta Martins de Almeida, localizada no município de Embu, na Grande São Paulo: descobrir quem conseguiria ler o maior números de livros durante o segundo semestre do ano letivo de 2006. E não é que uma estudante de apenas 12 anos conseguiu, em menos de cinco meses, ler 80 livros? A façanha literária não passou em branco.

Nesta quinta-feira, dia 11, Nicole Melo dos Santos foi ao Palácio dos Bandeirantes para ser homenageada pelo governador José Serra. E foi das mãos dele que recebeu cinco obras literárias: Dom Quixote, do escritor Miguel de Cervantes; Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo; Divina Comédia, de Dante Alighieri; Odisséia, de Homero; e O Mar Vermelho, de Cláudio Vieira. Serra se mostrou surpreso com a rapidez da garota. “Quando comecei a ler livros também foi na biblioteca da escola, mas nunca cheguei a esta marca”, lembrou o governador.

A secretária de Estado da Educação, Maria Lucia Vasconcelos, ajudou a reforçar ainda mais a biblioteca particular da estudante, com a entrega de uma coleção sobre de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência. Diante do pequeno acervo que teria de levar para casa, a menina se mostrou encantada. “Já gostava de ler antes do desafio. Dez livros por ano, em média. Mas agora pretendo ler muito mais”, prometeu. Tanto empenho estimula ainda mais os educadores envolvidos na criação do desafio. “A intenção é estender o projeto para os funcionários e também para a comunidade”, planeja a professora Damiana Aparecida de Miranda.

Em busca do leitor mais voraz

A marca de 80 livros atingida por Nicole superou a expectativa da equipe pedagógica após o lançamento de um desafio, iniciado em agosto do ano passado: quem lesse mais livros no 2º semestre ganharia um prêmio de R$100,00.

O valor simbólico – conseguido com o apoio da Associação de Pais e Mestres (APM) – vai muito além da recompensa financeira. A principal meta, na verdade, foi incentivar o hábito e o prazer pela leitura nos alunos, já que muitos não tinham este hábito após o período das aulas. A lém dos R$ 100,00 entregues a Nicole, a escola ofereceu R$ 50,00 para a 2ª colocada, Daiane Santos, com 15 livros lidos; e R$ 25,00 para Jarleide Rocha, 3ª colocada, que alcançou a marca de 12 livros.

Como foi

Para que a idéia desse certo, a biblioteca da escola – depois de reformada – passou a contar com uma funcionária e um integrante do Programa “Jovem Cidadão”, que ficam à disposição dos alunos em período integral. No acervo à disposição dos alunos, livros que foram enviados pelo Governo do Estado e outros doados por professores da unidade escolar. Além disso, também foi criada uma biblioteca circulante – que percorreu os corredores – para que os exemplares ficassem mais próximos das salas de aula. Entusiasmado com o sucesso da iniciativa, José Serra avisou que a idéia será ampliada e aperfeiçoada. “Vamos tomar como exemplo este concurso e expandi-lo para todo o Estado”, disse.

Lendo e aprendendo

Depois da leitura, os alunos apresentaram um resumo do livro à professora de Língua Portuguesa. Outros professores também pediram que fossem reproduzidas, em sala de aula, as histórias lidas em casa. Sendo assim, a avaliação da leitura mensal de cada aluno contribuiu para a nota bimestral. Desde o início, o Desafio da Leitura contou com o apoio dos professores, da coordenação, da direção e da APM, que ofereceu os prêmios aos alunos que mais se destacaram. Mais do que a vitória, o desafio proporcionou à estudante um viagem literária repleta de conhecimento. “Eu aprendo muito com as histórias. Mesmo que não sejam verdadeiras, como por exemplo os livros de ficção. Acho que todos devem reservar pelo menos uma hora por dia para a leitura”, completou.

Celso Bandarra