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terça-feira, 10/04/2018
Boas Práticas

Aluna de Osasco propõe lei para combater a dependência química de jovens

Os 47 alunos da rede estadual escolhidos pelo Parlamento Jovem Paulista tomarão posse nos dias 26 e 27 de abril

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo divulgou a lista com os 47 alunos que tomarão posse no Parlamento Jovem Paulista 2018, nos dias 26 e 27 de abril. Dhâmarys Biara de Oliveira Santos, que mora na cidade de Osasco, e frequenta a escola estadual Professor Armando Gaban, está entre os convocados, após criar a proposta de Projeto de Lei para a Criação de um Programa de Orientação e Encaminhamento Clínico para Alunos (as) com Dependência Química.

Segundo a jovem de apenas 16 anos, quando o estudante chega no Ensino Médio percebe que várias pessoas ao redor passam por problemas com drogas. Para ela, “os pais ou responsáveis procuram ajuda na escola, mas nem sempre a unidade escolar consegue ajudar”, diz Dhâmarys.

Infelizmente, esse problema chegou a um nível em que os alunos não escondem a situação de ninguém. Fazem, muitas vezes, questão de deixar claro que são mais ‘descolados’, e não caretas. Mas, como em toda a sociedade, acaba se tornando algo descontrolável que leva desconforto aos amigos e sofrer aos parentes. O pai e a mãe dos dependentes químicos, muitas vezes, não sabem como resolver o problema.

A jovem parlamentar conta que tem muitos amigos nessa situação. Não só na escola, mas na vila onde mora e em outros ambientes sociais. Talvez, esse seja o motivo que despertou em Dhâmarys a vontade de seguir a carreira de Assistente Social. Mais do que isso, enquanto não se forma num curso superior, decidiu que criar um projeto para ajudar a melhorar a vida das pessoas de sua comunidade escolar poderia mudar o destino de quem se perdeu.

Foi então que o professor de História José Sebastião Rodrigues entrou na jogada. Ele a ajudou na orientação do projeto de lei, por se tratar de um documento que demanda uma linguagem específica. “Primeiro, tive que elaborar os artigos, e depois uma justificativa sobre o meu projeto. Antes de encaminhar o projeto peguei a autorização dos meus pais e depois fiz o cadastro”, conta a estudante.

A lista dos jovens parlamentares seria anunciada em 2 de abril, “então fiquei desde a meia-noite até de madrugada atualizando o site. Depois acordei, fui para a escola e fiquei lá atualizando o site. Aí eu voltei para a minha casa e continuei atualizando o site”, conta toda sorridente Dhâmarys.

Mas, no intervalo entre uma consulta e outra, rapidamente o professor Rodrigues ligou para a então parlamentar e contou a novidade. “Aí eu vi meu nome, printei [sic] a tela e mandei pros meus pais”, relembra a docente. A alegria do pai e da mãe de Dhâmaris foi imediata. “Eles acompanharam minha ansiedade desde o início. Quando eu estava formulando e ensaiando como defender a tese eles me deram muito apoio, então ficaram bem felizes”, enfatiza.

Em 2016, Dhâmarys acompanhou sua amiga Daniele Tenedrão, que havia sido escolhida para ser parlamentar mirim naquela edição do concurso. Ficou admirada com tudo o que presenciou na ALESP e decidiu que um dia voltaria, mas dessa vez como participante, e não como convidada. “Eu espero aprender muito, pois uma coisa é você assistir um dia, e outra coisa é você estar lá como parlamentar do programa. Eu pretendo sair de lá com muita experiencia… eu espero desde o ano passado para participar”, finaliza a aluna.

“Com um Projeto que reflete uma grande preocupação com os Jovens Dependentes Químicos, a jovem parlamentar se tornou a 9ª Deputada Mirim eleita pela Escola Estadual Professor Armando Gaban, que participa do Parlamento Jovem desde a primeira Edição. Estamos honrados com a sua eleição e vamos prestigiar a sua posse nos dias 26 e 27 de abril”, afirma o professor Rodrigues.

Última edição do Parlamento Jovem Paulista

Ex-aluna da rede estadual de ensino, Raphaele Godinho participou do Parlamento Jovem Paulista em 2016, quando tinha 16 anos, e sugeriu a concessão de bolsas de estudos de inglês ou espanhol em instituições privadas de ensino de idiomas para alunos de baixa renda e rendimento escolar satisfatório matriculados em escolas públicas.

“Foi minha primeira experiência com o processo legislativo. Gostei muito de conhecer os jovens de outras regiões paulistas, além de aprender a escrever leis e entender sobre votações de chapas”, ressalta a ex-aluna.

A estudante da região de Mairinque, no interior do Estado, se interessou tanto pelas atividades que, em seguida, integrou o Parlamento Jovem Brasileiro e hoje é parlamentar jovem no Mercosul, cargo bianual em que representa as delegações nacional e de São Paulo.

Os jovens devem participar das comissões da Assembleia ligadas ao tema do projeto de lei que elaboraram. “Os estudantes passarão a manhã discutindo assuntos da proposta, o que os aproxima à realidade sobre o tema. Em seguida, participam das atividades no plenário da casa legislativa”, explicou um dos coordenadores do projeto, Rodrigo Tritatepe.