“Foi uma emoção muito grande para a Eloá estar na Câmara dos Deputados, em Brasília, falando sobre a importância de alunos estudarem Libras”. O depoimento da professora Mayra Raquel Nunes Branco refere-se ao sentimento vivido pela aluna Eloá Fernanda Stefani Topan, uma das vencedoras da 10º Edição do Parlamento Jovem.
Aluna da E.E. Saturnino Leon Arroyo, na cidade de Fernandópolis, Eloá foi a primeira estudante surda da rede estadual paulista a vencer o prêmio, que reuniu 78 jovens de diversas regiões do Brasil. O Estado de São Paulo foi representado por 11 alunos, sendo que cinco deles estudam em escolas estaduais.
Tais jovens vivenciaram por uma semana a rotina de um deputado federal, apresentando e votando propostas de leis relacionadas aos temas como meio ambiente, educação, agricultura, economia e defesa do consumidor.
O projeto de lei de Eloá previa que mais estudantes aprendessem Libras, a segunda língua mais falada no País. “Era uma proposta muito interessante, porque falava da questão da inclusão e da luta dos surdos em todos os setores da sociedade”, opina Sérgio Luiz Daniati, coordenador estadual do Parlamento Jovem e membro da equipe técnica de geografia da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB).
“O mais bacana foi que ela conseguiu sensibilizar os participantes de todos os estados. As pessoas saíram do Parlamento Jovem pensando em como poderiam melhorar a inclusão de deficientes em suas respectivas comunidades”, analisa a professora.
“Eu trabalho com alunos surdos na rede estadual há três anos e sei o quanto seria benéfico para esses jovens que mais alunos sem deficiência se interessassem em aprender a língua de sinais, porque, assim, todos conseguiriam conversar sem intermediação de intérprete”, conta a educadora Mayra, que é professora intérprete da aluna Eloá há 1 ano e meio.
Curso de Libras
A Secretaria da Educação do Estado oferece curso gratuito de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). O objetivo é proporcionar as aulas virtuais e acessíveis de qualquer computador, para os estudantes com e sem deficiência auditiva.
O curso foi elaborado pela Escola Virtual de Programas Educacionais (Evesp), da Secretaria, que já atua com a temática da inclusão. Em julho, foi lançada uma plataforma para aulas de inglês online, voltada a estudantes cegos e surdos. O conteúdo foi todo disponibilizado com recursos de acessibilidade, como vídeos com audiodescrição e, também, janelas em libras.