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terça-feira, 03/12/2024
Destaque

Aluno cria exposição interativa inspirada no álbum ‘Caju’ em homenagem a Liniker

‘Gostaria de agradecê-la por não desistir. Com a obra dela, posso inspirar alunas e alunos a também não desistirem de ser quem são’

Gustavo Bernardo Ribeiro, de 18 anos de idade, é aluno da Escola Estadual Buenos Aires, localizada na zona norte da capital paulista. Faz apenas um ano que ele passou a se autodeclarar como uma pessoa preta. Segundo ele, foram as atividades de conscientização organizadas pelos seus professores que deram a ele a oportunidade de reconhecimento de sua cor e sua ancestralidade. Neste ano, Gustavo esteve à frente da criação de uma exposição imersiva e interativa sobre o álbum “Caju”, da cantora, compositora, atriz e artista visual Liniker e também sobre sua trajetória.

Liniker é uma inspiração para Gustavo e, incentivado pelo professor de língua portuguesa Marcos Antonio Alves, se uniu a 15 colegas de sua e outras turmas do Ensino Médio para a montagem da exposição como parte das atividades de  encerramento do Mês da Consciência Negra na escola.

“Sem meus colegas e sem meus professores, essa exposição não existiria. Estou muito grato a eles”, comenta o estudante.

A exposição imersiva na vida de Liniker trouxe sua história desde Araraquara – a cidade de onde veio a cantora — até o mais recente e primoroso sucesso de sua carreira, seu álbum Caju e com destaque para algumas faixas desse e de outros álbuns, que podem ser ouvidas durante a visita à exposição montada na sala de música.

Gustavo conta que criou a exposição para exaltar a sua diva, uma personalidade preta importante para o Brasil, um símbolo da cultura do país, mas também para atingir colegas pretos e pretas e alunos e alunas trans que estão matriculados nas escolas e que, como ela, também têm suas raízes na periferia. “A Liniker significa representatividade. Foi incrível ver o rosto das pessoas acompanhando a exposição, colegas me dizendo que vão atrás de ouvir mais as músicas dela. Se eu pudesse dizer uma coisa a ela, gostaria de agradecê-la por não desistir. Com as obras dela, posso inspirar alunas e alunos a também não desistirem de quem eles são. Ela é grandiosa”, comenta o aluno, que também atua como monitor da exposição.

O curador e monitor da exposição “Caju” reconhece as transformações que as atividades de Consciência Negra desenvolvidas pela escola ao longo do ano têm impactado a sua vida, de outros estudantes e também dos professores brancos da unidade de ensino. “No ano passado, por conta de um projeto de uma professora de filosofia, eu me reconheci como uma pessoa preta, que este é o meu lugar, e espero poder fazer o mesmo com outras pessoas. Todos nossos professores gostam que seus alunos aprendam e tem sido muito legal ver que todos correm atrás, se atualizam para falar sobre o tema em sala de aula. Durante as atividades do Mês de Consciência Negra, nós ficamos emocionados quando recebemos palestras de convidados que são pessoas pretas e que todos estão aprendendo de alguma forma. A gente chora de alegria”, finaliza.

Álbum completo – clique aqui