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sexta-feira, 17/08/2007
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Alunos da escola Zuleika de Barros visitam acervo da educação

Quem vê o prédio do Centro de Capacitação “Prof. André Franco Montoro”, em Perdizes, região oeste da Capital, nem imagina a riqueza histórica que chegou ao prédio há cerca de […]

Quem vê o prédio do Centro de Capacitação “Prof. André Franco Montoro”, em Perdizes, região oeste da Capital, nem imagina a riqueza histórica que chegou ao prédio há cerca de um mês. O tesouro do qual estamos falando reúne fotos, documentos, livros, filmes, programas de ensino e até brinquedos educativos. Preciosidades que integram o acervo da escola Caetano de Campos , fundada em 1894.

O prédio que abriga a sede da Secretaria da Educação, tombado em 6 de abril de 1976, deixou de funcionar como escola em 1978. Mas tudo o que diz respeito à memória do antigo Instituto de Educação Caetano de Campos está à disposição de estudantes e demais interessados.

No caso dos alunos da escola Zuleika de Barros, localizada na zona oeste da Capital, a visita que fizeram ao acervo nesta quarta-feira, dia 15, tem motivo mais do que especial: pesquisar sobre a vida da patrona da unidade em que estudam. Aproximadamente 100 alunos, divididos em grupos formados por 20 pessoas, têm visitado o local nos períodos da manhã e tarde.

“A visita é mais uma atividade além da programação que comemora os cinqüenta anos da escola. Agora queremos levar os alunos para uma visita à Casa Caetano de Campos, sede da Secretaria, e também ao Centro de Referência em Educação Mario Covas” , disse a professora de Educação Artística Regina Souza da Silva, que acompanhava o grupo.

Logo na entrada, os jovens encontram os enormes painéis com fotos de época. É só o começo. Objetos antigos, porta-retratos, quepes do tempo da fanfarra… e a dúvida sobre o motivo pelo qual o guia da visita não toca em nada sem proteção logo se esclarece. “Temos de manipular todo o material com luvas para não passar a gordura das mãos para os objetos e documentos, e também, para não nos contaminarmos com possíveis fungos e bactérias”, explica o professor de história Diógenes Nicolau Lawand.

É Diógenes quem lhes mostra objetos curiosos com a caixa de madeira onde era guardada a tinta para escrever. Mas o que surpreende mesmo é um livro com as ocorrências da época. Um dos relatos conta o caso de um aluno que foi punido por trocar cartas de amor com uma colega, tendo a servente da escola como cúmplice. “Tadinho, que judiação”, lamenta uma das alunas. “Eram os costumes da época”, lembra a professora que os acompanha.

Enfim, a história de Zuleika

Em outro espaço, o grupo fica surpreso com as histórias que a equipe do acervo levantou sobre Zuleika de Barros. A educadora, falecida em 1957, atuou como professora do Instituto de Educação Caetano de Campos e foi uma das pioneiras no trabalho de inclusão dos alunos portadores de deficiência visual em sala de aula.

Por meio de documentos, descobrem o quanto Zuleika era querida por todos. O jornal feito por alunos em homenagem a ela, logo após a morte da professora, a presença maciça de colegas e alunos no sepultamento, o cuidado com tudo o que ela deixou: dossiês didáticos, programas de ensino, anotações. Detalhes que ilustram bem a importância da educadora.

Mas a visita não se restringe apenas à história da escola em que estudam. Em meio aos documentos, eles começam a ter noção do que significou o antigo colégio da Praça da República. “Para quem não sabe, do Caetano de Campos saíram grandes nomes da educação paulista como Oscar Thompson, Gabriel Prestes e Zuleika de Barros”, explica a arquiteta especialista em preservação de arquivos históricos Fabiana Valeck de Oliveira, coordenadora do Memorial da Educação.

Sempre juntas, três estudantes chamam atenção pelo interesse com que ouvem cada explicação. E olha que elas já tinham feito a visita antes. “Se aprofundar num assunto é mais interessante do que se imagina durante uma visita como essa”, opina Thaís Sousa Pereira, 15 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio.

A colega de classe, Mariana Moraes Dionízio de Oliveira, de 17 anos, ficou aliviada. “Não estava achando nada sobre a professora Zuleika na internet. Aqui descobri várias coisas. Por isso, quis voltar.” Completando o trio, Ana Paula dos Reis Pereira, 15 anos, também estava eufórica por retornar ao acervo. “Dessa vez nos aprofundamos nos objetos, fotos e em outros detalhes. Saio daqui sabendo mais sobre Zuleika mas também sobre a história da educação do nosso Estado”, concluiu a estudante.

Como visitar

O acervo pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 9 às 16 horas. Agendamentos podem ser feitos junto ao Centro de Referência em Educação Mario Covas pelos telefones (11) 3334.0311 ou 3334.0065. O e-mail é agendacre@see.sp.gov.br.