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segunda-feira, 26/09/2005
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Alunos de escolas estaduais são premiados no Teatro Imprensa

A criatividade de alunos de escolas públicas e particulares foi convocada e respondeu com um trabalho que rendeu, na noite de segunda-feira, 26, prêmios e palmas para os vencedores do […]

A criatividade de alunos de escolas públicas e particulares foi convocada e respondeu com um trabalho que rendeu, na noite de segunda-feira, 26, prêmios e palmas para os vencedores do 1º Concurso Literário do Projeto Literatura no Teatro, do Centro Cultural do Grupo Sílvio Santos (CCSS), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação. A premiação, no Teatro Imprensa, contemplou alunos de 1ª à 8ª séries das escolas das redes municipal, estadual e particular, nas categorias desenho, narração e dissertação , respectivamente. Representando a Secretaria de Educação, a professora Sônia Maria Silva, titular da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas, entregou os prêmios da categoria narração .

O concurso teve como foco a peça O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, obra de Jorge Amado que vem sendo apresentada pelo Projeto Literatura no Teatro, em oficinas artístico-pedagógicas voltadas para o educador, considerado um agente multiplicador do conhecimento e parceiro importante na divulgação do trabalho. Desde o ano passado, o Centro Cultural Sílvio Santos vem oferecendo essas oficinas, com o objetivo de capacitar os professores no aspecto sócio-cultural e resgatar o papel da escola como veículo de conhecimento, valorização e compreensão da literatura.

Ainda como objetivos a serem alcançados, o Literatura no Teatro quer incentivar a formação de platéia, focalizando o público infanto-juvenil, especialmente das camadas de baixa renda. Outra meta é levar a discussão dos espetáculos para dentro da sala de aula, por meio de propostas pedagógicas para professores e alunos. Cada estudante que assistiu ao O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá recebeu um exemplar do Caderno do Aluno, que é dividido de acordo com o nível de escolaridade trabalhado no espetáculo. Com isso, o professor, auxiliado pelo material de apoio pedagógico oferecido pelo CCSS, trabalha a peça e a obra literária por meio de atividades apresentadas no material.

Os nossos premiados

Na categoria desenho, o primeiro lugar ficou para Thays Panssani Vitzel , da 4ª série da EE Professor Frederico de Barros Brotero. A aluna Angélica do Nascimento Silva , da 5ª série da EE Matilde Maria Cremm, ficou com o primeiro lugar da categoria texto narrativo, a mesma em que venceu Sara Natali de Oliveira , da 5ª série também da EE Matilde Maria Cremm. O terceiro lugar da categoria texto dissertativo foi para Bruna Thamires Valeriano , da 8ª série da EE Joaquim Adolfo de Araújo.

A professora de Artes da EE Matilde Maria Cremm, Rosa Lima, que levou os alunos para assistir à produção, participou também da capacitação nas oficinas e teve um depoimento gravado em vídeo exibido na noite da premiação. Ela ressaltou a importância de ter levado seus alunos para ver a peça, um acontecimento absolutamente novo para eles e que mobilizou também os seus pais, “que ficaram muito interessados em acompanhar o trabalho”.

O Centro Cultural do Grupo Sílvio Santos recebeu um total de 4367 desenhos, 1319 narrações, 577 dissertações e 9 sonetos, totalizando 6272 produções, com 1105 escolas assistindo ao espetáculo. Em São Paulo, dos 144 mil espectadores, 88 mil eram estudantes e aproximadamente 11 mil professores. Foram classificados três finalistas para cada série, com as seguintes propostas: Categoria desenho : fazer um desenho de um novo final para a história de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá;

Categoria texto narrativo : fazer uma narração em primeira pessoa contando a história como se fosse o Gato Malhado ;

Categoria texto dissertativo : fazer uma dissertação a partir de umas das falas da personagem Coruja .

Combinando cultura e emoção

Ao agradecer a parceria com a Secretaria de Educação, a presidente do CCSS, Cíntia Abravanel, destacou que a SEE foi parceira desde o primeiro momento, “enxergando a seriedade do trabalho e a importância da cultura como alimento para a alma e para abrir novos horizontes. É preciso manter aberta a porta da emoção, nunca deixar de sonhar e de acreditar no sonho”. Combinar cultura e emoção, na avaliação de Cíntia Abravanel, permite que os adultos mantenham viva a criança interna que fará com que sejam adultos melhores.

Cleusa Villas Boas e Patrícia Bacchi, membros da comissão julgadora dos textos e dos desenhos, ressaltaram que a criatividade e a originalidade dos alunos foram os elementos que mais chamaram a atenção, fazendo com que passassem “por momentos de encantamento à medida que avaliávamos os trabalhos”. Além de considerar aqueles requisitos, o júri observou também composição plástica e acabamento técnico das obras.

O Gato Malhado de Jorge Amado

A obra de Jorge Amado, adaptada por Vladimir Capella, foi escrita em 1946, quando o escritor, exilado na França, homenageou o filho no seu primeiro aniversário. A história fala sobre o amor de um gato por uma andorinha e é um dos poucos textos infantis escrito por Jorge Amado que, com sua delicadeza e simplicidade, comoveu e ainda comove gerações. O texto ficou perdido por 27 anos e só fui publicado em 1976, com a condição de que nada fosse modificado nele. Um momento de emoção durante a premiação foi a presença de João Jorge Amado, filho do escritor, que subiu ao palco para homenagear os alunos.

Vera Souza Dantas