Alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Buenos Aires, localizada na zona norte da capital paulista, transformaram o Baile Charme, manifestação cultural da música preta que surgiu nos anos 70 e patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro em tema de pesquisa dentro e fora da sala de aula no Mês da Consciência Negra, com direito a festa de encerramento com música e passinhos tradicionais do baile.
Os trabalhos de conscientização foram implantados pela escola em 2018 e, desde então, tem entre seus atores o professor de língua portuguesa Marcos Antonio Alves, que tem coordenado as ações em parceria com toda a equipe escolar e com os alunos.
Além do resultado da pesquisa do histórico, figurinos e dos ensaios para o Baile Charme, que encerra o mês nesta sexta-feira, desde o período da manhã a escola se prepara para a festa do conhecimento com uma oficina de penteados afro — com tranças, dread e durag — e um desfile exclusivo para as pessoas pretas da escola. “O desfile é feito para todos que compõem a escola, professores, alunos e pessoas das equipes de apoio. É um momento de êxtase na escola, com emoção e sensação de pertencimento”, comenta o professor.
Ao longo das últimas duas semanas, a escola organizou rodas de capoeira, apresentação de maculelê, apresentação de freestyle, batalhas de rimas e exposições. Uma dessas exposições, uma imersão na vida e obra do novo disco “Caju”, da multiartista Liniker, estará em cartaz na escola até a tarde desta sexta-feira.