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sexta-feira, 14/11/2003
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Alunos encaram um novo desafio: a produção de textos opinativos

Alunos da 5ª série da Escola Estadual Canuto do Val, na Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista, encararam um novo desafio proposto pelo “Programa Escrevendo o Futuro”: ler e […]

Alunos da 5ª série da Escola Estadual Canuto do Val, na Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista, encararam um novo desafio proposto pelo “Programa Escrevendo o Futuro”: ler e produzir textos opinativos.

O grupo de 30 alunos fazem leituras e debates sobre temas polêmicos como violência, namoro, direitos e deveres da sociedade, e depois produzem textos coletiva e individualmente.

O Programa Escrevendo o Futuro foi criado pelo CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) juntamente com a Fundação Itaú Social como parte do Prêmio Itaú Cultural e é aplicado na escola desde setembro deste ano.

Além dos textos que são desenvolvidos pelos alunos,  a escola participa do Programa na gravação de um vídeo didático que será distribuído em outras escolas para servir como exemplo de ações que funcionam. A professora de Língua Portuguesa, Maria Imaculada Pereira, que está à frente desse projeto na EE Canuto do Val, diz que o resultado “pode ser visto também nas outras disciplinas”.

Texto produzido pelos alunos da 5ª série da EE Canuto do Val.

“O lazer é um direito de todos?

Assistimos na televisão, ouvimos no rádio e lemos nos jornais, todos os dias, notícias sobre a violência nos presídios e nas ruas. Alguns de nós achávamos que determinadas pessoas não teriam direito ao lazer, como  pessoas que estão presas por roubos, estupros e usuários de drogas.

Recentemente, vimos uma reportagem sobre uma rebelião na quadra esportiva da Febem de Franco da Rocha, onde os internos brigaram por causa de um jogo de futebol.

Segundo o advogado Dr. Guilherme, que participou de um debate realizado na escola sobre o assunto, todos têm direito ao lazer e isso é garantido por lei. Por falta de lazer, as pessoas pobres têm mais justificativas para serem violentas. Ele disse, também, que todas as pessoas que cometem crimes devem Ter uma segunda chance.

Um ex-interno da Febem, que também participou do debate, comentou que a Febem não é o que a mídia mostra. Lá existem projetos de recuperação dos jovens (Canta Febem, cursos, teatros, esportes). Com o seu exemplo, ele prova que todos podem se recuperar, se tiverem oportunidades.

Portanto, com todos estes esclarecimentos, mudamos nosso ponto de vista e, agora, acreditamos que infratores, também, têm direito ao lazer.

Todos nós temos o direito a uma chance de mudar de vida e construir um futuro digno e melhor. A violência diminuirá quando todos tivermos nossos direitos garantidos.”