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quinta-feira, 30/06/2005
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Alunos mudam a cara das escolas

Voluntários mobilizam a comunidade e transformam espaços ociosos em teatros, salas de leitura e brinquedotecas Terreno baldio vira teatro de arena, sala de vídeo se transforma em cinema, matagal vira […]

Voluntários mobilizam a comunidade e transformam espaços ociosos em teatros, salas de leitura e brinquedotecas

Terreno baldio vira teatro de arena, sala de vídeo se transforma em cinema, matagal vira horta e depósito de móveis dá lugar a uma brinquedoteca. Entre abril e maio deste ano, 3.800 escolas estaduais de São Paulo (70% da rede) realizaram ações de resgate patrimonial para transformar ou revitalizar espaços da escola que passaram a ser aproveitados de forma educativa e social.

As atividades fazem parte da Gincana da Cidadania, projeto realizado pela Secretaria de Estado da Educação desde 2002 para desenvolver a prática da cidadania, a solidariedade e o resgate dos valores sociais nas escolas.

A Gincana da Cidadania de 2005 se desdobrou em diversas ações, uma delas a do resgate patrimonial de prédios e espaços escolares. Os trabalhos foram feitos de forma voluntária por alunos, pais, professores e funcionários. Juntos, eles conseguiram patrocinadores – na maior parte comerciantes locais – e puseram a mão na massa. Além de tornar o ambiente escolar mais agradável, o programa busca integrar a comunidade com a escola, dividindo a responsabilidade por sua manutenção.

“Nosso grande desafio é aproximar, cada dia mais, a comunidade da escola, estimulando a interação democrática entre alunos, pais, funcionários e toda a população de seu entorno. Dessa forma, a criança e o adolescente estudantes podem se envolver na concepção e no desdobramento de numerosos projetos sociais, por meio de um comportamento pró-ativo, responsável e cooperativo”, diz o secretário de estado da Educação, Gabriel Chalita.

Cinco escolas foram escolhidas as vencedoras desta etapa da gincana e premiadas com computadores e máquinas fotográficas. Mas todas as que participaram do projeto saíram ganhando com melhorias nas salas de aula, banheiros, muros, jardins e com maior integração com a comunidade. Leia a seguir sobre os projetos das cinco vencedoras e veja as fotos dos espaços antes e depois da intervenção dos alunos:

Em Jaboticabal, mais de 700 alunos transformam uma escola

Na Escola Estadual Dona Aurora Ferraz Vianna dos Santos, em Jaboticabal, a decisão foi estender o projeto para todos os espaços. O prédio ganhou um jardim na entrada principal e uma sala de leitura, a fonte dos peixes foi recuperada, as salas de aula receberam cortinas e tiveram as paredes restauradas. Além disso, a água que sai do bebedouro passou a ser reaproveitada na limpeza da calçada e dos banheiros e foi criado um viveiro de mudas. Mais de 700 alunos da escola participaram das reformas, que também tiveram a maciça participação dos pais. “Ações como essas fazem com que os alunos se sintam parte ativa da escola e ajudam a evitar depredações”, diz o diretor Elvio Piffer Junior.

 

 

 

 

Alunos de Peruíbe constroem teatro de arena

Diante da falta de um espaço adequado para encenações teatrais, um grupo de 40 alunos, com a ajuda de pais e professores, transformou um terreno desativado da Escola Estadual Padre Vitalino Bernini, de Peruíbe, em teatro de arena. O material para a realização da obra foi obtido por meio de doações do comércio local. Além de servir ao grupo teatral da escola, o espaço é utilizado nas aulas de Língua Portuguesa, Inglês, História, Física e Biologia. “A idéia já existia há algum tempo e agora, felizmente, conseguimos realizá-la”, comemora o vice-diretor Geraldo Batista de Oliveira.

 

 

 

 

Espaço de Leitura ao ar livre em Nova Canaã Paulista

Alunos, pais e professores da Escola Estadual Professora Maria Pilar Ortega Garcia, em Nova Canaã Paulista, transformaram uma área ociosa de 1.000 metros quadrados, com problemas de erosão do solo, em espaço de leitura ao ar livre com bancos e jardins. O muro de 200 metros foi todo pintado com cenas da literatura. Os próprios alunos fizeram os vasos e as luminárias em uma oficina de cerâmica. Cerca de 100 alunos trabalharam na reforma. O que era antes uma área ociosa, com risco de acidentes, tornou-se espaço de leitura e de oficinas de arte. “Além de valorizar o patrimônio, conseguimos trazer a comunidade para dentro da escola, um dos nossos principais objetivos”, diz a diretora Vera Ligia Whitaker.

 

 

 

 

Em Cajuru, nasce o cine Torrano

Transformar uma simples sala de vídeo em um verdadeiro cinema com todos os recursos para a projeção de filmes era o sonho dos alunos da Escola Estadual Professor Geraldo Torrano, em Cajuru. E eles conseguiram. Para obter os equipamentos e a mobília, mobilizaram a comunidade. Conquistaram mais de 20 patrocinadores e colocaram de pé o Cine Torrano, o único cinema da cidade. Quase todos os 800 alunos da escola participaram do projeto, que contou com importante apoio do comércio local e do Escola da Família – programa que abre as escolas nos fins de semana para atividades esportivas, culturais, de geração de renda e de cuidados com a saúde. “A maior importância do projeto foi proporcionar a união entre os alunos em busca de um objetivo”, diz a vice-diretora Nívea Santana Furquim.

 

 

 

 

Os jardins de Pariquera-Açu

Degradada, a praça do estudante, dentro dos muros da Escola Estadual Professor Manoel Camillo Junior, era pouco utilizada. Foi inteiramente transformada, e os alunos fizeram tudo: plantaram os jardins, construíram os bancos de madeira e a cascata, pintaram os muros e colocaram os mosaicos que eles mesmos tinham feito. Também construíram um mini-memorial para preservar a memória da cidade. O trabalho envolveu uma equipe de 40 alunos, sob supervisão de professores e da direção. “Foi maravilhoso ver o senso de responsabilidade e a garra dos alunos para resgatar um espaço da escola”, diz a vice-diretora Elisete Simonetti Viccaro.

 Ariel Kostman