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sexta-feira, 03/08/2018
Ensino Fundamental

Aplicativo lúdico e interativo ensina idioma africano a alunos da rede

Professora de Sociologia da E.E. Conselheiro Ruy Barbosa desenvolveu a plataforma para aproximar o jovem da cultura da África

O ensino da história e da cultura afro-brasileira são temas obrigatório no currículo educacional do Brasil desde 1996. Tanto na rede pública quanto na rede privada, é necessário que as instituições disponibilizem materiais sobre o assunto.

Diante disso, pensando me facilitar o aprendizado de seus alunos, a professora de Sociologia Odara Dèlé, da E.E. Conselheiro Ruy Barbosa, na zona Norte da capital paulista, desenvolveu um aplicativo de celular voltado para o ensino da língua angolana kimbundu. “Alfabantu” foi criado em parceria com o docente de História da rede municipal, Edson Pereira.

“Durante estudos da cultura bantu e da língua kimbundu na USP (Universidade de São Paulo), eu e o Edson pensamos na possibilidade de juntar um elemento ancestral africano e o celular”, conta a educadora.

A plataforma tem como princípio trabalhar a língua e aproximar os jovens da cultura africana. Segundo Odara, ela também pode ser usada em outras disciplinas, como geografia, história, língua portuguesa e até matemática. “É uma forma de mostrar como este idioma contribui com as nossas transformações linguísticas”, completa.

Na escola, o novo sistema foi utilizado com jovens do Ensino Fundamental no começo deste ano. A ideia, dessa forma, é a partir deste semestre levar a novidade aos alunos do Médio.

“Tudo o que foge do tradicional é importante e o retorno é mais positivo. É uma forma de tirar o professor e o aluno da zona de conforto, como a lousa e o caderno. Com o aplicativo, percebemos que o ensino ficou muito mais interessante”, afirma a diretora da unidade, Simone Galdino.

Tanto a diretora quanto a docente ressaltam que ele foi criado com base na percepção de que o jovem de hoje se interessa mais pelo celular do que pelo modelo tradicional de ensino. Assim, a plataforma foi feita para compor um glossário, alfabeto kimbundu, números, saudações, partes do corpo, nomes de animais e ainda um quiz.

“Percebi que eles ficaram mais curiosos do que com dificuldade”, enfatiza Odara. A professora ainda conta que, como existem palavras com sonoridades parecidas com o português, os jovens se interessaram pelo aprendizado.

O seu objetivo, portanto, é conquistar incentivos para levar o aplicativo lúdico e interativo a outras escolas paulistas. Lançado no final de 2017, o aplicativo está disponível para download na Play Store para celulares com sistema operacional Android.