O programa “Escola + Bonita” prevê a revitalização de 2,1 mil escolas estaduais de São Paulo até 2020 com o trabalho de presos em regime semiaberto.
A iniciativa é uma parceria entre as secretarias de Educação, Administração Penitenciária e Desenvolvimento Econômico. No lançamento do programa, ainda em janeiro, o governador João Doria explicou a dinâmica: “A pintura será feita em horários que não interrompam a utilização da escola e com todos os cuidados devidos, com tintas que não têm cheiro, para permitir que no dia seguinte professores, gestores, funcionários e alunos também possam frequentar”, afirmou.
O projeto tem como objetivo recuperar prédios públicos, contribuindo para oferecer melhores condições de ensino para alunos e professores. “Nós sabemos que uma escola organizada, limpa e efetivamente mais bonita tem um impacto direto na aprendizagem. Esse trabalho em parceria com outras secretarias é fundamental”, disse o secretário da Educação, Rossieli Soares.
Outro ponto social do programa é trabalhar a reinserção na sociedade dos detentos. Inclusive, muitos possuem capacitação em pintura, hidráulica e elétrica. O trabalho rende um valor mensal numa conta poupança e a remissão de pena. Cada três dias trabalhado, um dia a menos de pena. “O projeto oferece uma oportunidade para que esses reeducandos, ao término da pena, saiam em liberdade capacitados para exercer uma profissão”, completa o secretário de Administração Penitenciária, Coronel Nivaldo Cesar Restivo.
Parcerias e atuação conjunta entre secretarias
O Escola + Bonita marca dois pontos fundamentais da gestão João Doria: o trabalho conjunto entre secretarias e a formação de parcerias. Os detentos que não tiverem qualificação estão sendo qualificados pelo Centro Paula Souza, vinculado à pasta do Desenvolvimento Econômico.
Já o programa Via Rápida Expresso ficou à cargo da pintura de 500 escolas. Nesse projeto, os reeducandos participantes serão capacitados e pintarão escolas durante um curso profissionalizante. Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, ele oferece cursos de curta duração, na área da construção civil (pintores), para presos do regime semiaberto, internos em regime de semiliberdade da Fundação Casa e trabalhadores desempregados.
Outras 1,6 mil escolas serão recuperadas com o trabalho de presos contratados por meio da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), totalizando 2,1 mil unidades até 2020. Todas as outras escolas que apresentarem a necessidade de reparos serão atendidas pela Secretaria da Educação.
A E.E. Dona Ana Rosa de Araújo, na zona Oeste da capital paulista, foi a escola piloto para o projeto. Para Wellington Santos Costa, diretor da unidade, a assinatura é sinal de bons tempos. “Estamos muito felizes por sermos a escola que irá direcionar esse novo modelo da nova gestão. Há anos que não tínhamos uma pintura externa. O programa veio para deixar a nossa escola mais bonita”, completa.
Dados
Nesses 100 primeiros dias, foram concluídas as pinturas de 163 escolas estaduais e outras 11 estão em andamento por meio da Via Rápida. Outras 100 unidades foram pintadas por meio de Associações de Pais e Mestres (APMs).