Durante a pandemia alunos e professores da rede estadual estão assistindo e ministrando aulas pelo Centro de Mídias de São Paulo. Na hora do almoço a programação não para e diversos convidados falam sobre Projeto de Vida e carreiras. Desta vez o secretário de educação Rossieli Soares recebeu, virtualmente, Bob Burnquist, skatista ganhador do prêmio conhecido como Oscar do Esporte Mundial.
O esportista começou a andar de skate aos 10 anos, depois que um amigo perdeu sua bola de futebol e deu um skate em troca. Com 11 anos, ele ganhou de presente do pai várias peças de skate. Juntos eles montaram tudo e, aos 12 anos, Bob participou da primeira competição ficando em primeiro lugar. “Pelo que houve na estreia, estava animado com a segunda competição, mas fiquei somente em 32º lugar”, contou.
Na terceira tentativa ele diz que não levou a sério por medo de perder. “Dessa maneira não importava, estava zoando mesmo”. Ao final da competição foi repreendido pelo pai: “Não me importa se você quer ou não quer competir, mas se você me faz sair lá de longe, não é para agir assim. Dá próxima vez você fala que não quer e a gente vai fazer outra coisa”, lembrou Bob.
Segundo o skatista, essa foi uma lição que ficou marcada até hoje e que o motiva a competir sempre dando o seu melhor.
Sobre o tempo de escola, Burnquist confessou que durante alguns anos não levava a sério os seus estudos, chegando a repetir uma série, mas começou a perceber com o passar do tempo como estudar era importante, principalmente para administrar sua carreira. “Andar de skate é ótimo, fazer o que a gente gosta é ótimo, mas sem ter uma base, a gente vai, lá na frente, se enrolar de alguma maneira”, disse.
Ele ainda contou que os professores eram essenciais para mantê-lo focado. Lembrou que gostava de um professor de história e por isso leu um livro indicado por ele e essa foi a sua introdução para seus hábitos de leitura, que mantém até hoje. Outro professor citado foi o de matemática que, apesar de rígido, o influenciou a se dedicar à geometria, o que foi fundamental para sua carreira, já que hoje ele próprio projeta e constrói rampas de skate.
Os alunos aprovaram a escolha de convidado e mandaram diversas perguntas antes mesmo do início da transmissão. Em uma questão sobre seguir o negócio da família ou tentar seguir outra carreira, o skatista lembrou que ele mesmo se dedica a várias coisas, como pilotar aviões e helicópteros, paraquedismo, jiu jitsu, surf e snowboard. “Por que não tocar os negócios da família e ser cantor? Por que não de repente aprender um outro ramo? Porque não você nunca sabe se lá na frente você vai utilizar isso”, aconselhou.
Outro destaque da transmissão foi a grande quantidade de meninas que acompanharam. “O skate feminino brasileiro é um dos mais fortes que tem no mundo”, afirmou Bob.