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quinta-feira, 28/07/2011
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Personalidades contam suas lembranças dos tempos de colégio

Mauricio de Sousa, Herodoto Barbeiro, Adriane Galisteu, entre outras personalidades contam suas experiências em escolas estaduais “Na escola comecei a desenhar meus primeiros ‘gibis’. O último colega que pegou um […]

Mauricio de Sousa, Herodoto Barbeiro, Adriane Galisteu, entre outras personalidades contam suas experiências em escolas estaduais

“Na escola comecei a desenhar meus primeiros ‘gibis’. O último colega que pegou um exemplar ficou com ele de lembrança. É uma pena, mas não sei dizer quem foi”. É com carinho que o cartunista Mauricio de Sousa – que estudou por sete anos na escola estadual Washington Luis, em Mogi das Cruzes – lembra dos colegas e dos tempos de colégio.

Para o criador da Turma da Mônica, a escola era sinônimo de futuro de qualidade. Estudar em uma escola estadual era a oportunidade de ter um excelente padrão de ensino e sem custo, detalhe importante, já que sua família não possuía muitos recursos financeiros naquela época. “Eu tinha ótimos professores em todas as matérias e também bons amigos entre os alunos.”

Cartunista Mauricio de Sousa na formatura do ginásio

Maurício fazia parte da turma dos tímidos e por isso sofria com as paixões platônicas. “Tive várias namoradas nesse período. Mas devido à minha timidez, nenhuma delas jamais soube das paixões.”, conta rindo. Para ele , o grupo composto por professores e colegas davam o suporte necessário para os tempos difíceis da adolescência. “Cada ano do curso, cada professor, cada grupo de colegas mais chegados compunha meu universo de então. E me bastavam para o amadurecimento gradual”, relembra.

A jornalista Sônia Abrão também guarda boas lembranças do período escolar. Foram sete anos dedicados aos estudos nas escolas estaduais Jaime Cortesão e Casimiro de Abreu, ambas na cidade de São Paulo. “Me lembro com muito carinho da merenda escolar, do “Seu Nicola” que vendia gelatina colorida, maçã-do-amor e quebra-queixo na porta da escola e do guarda que parava o trânsito pra gente atravessar a rua pra comprar sorvete”, conta com nostalgia a jornalista.

Sônia fazia parte da “turma do fundão”, mas não passava impune diante do mau comportamento. Ela conta que a palavra disciplina tinha um grande peso. Todas as manhãs, antes da aula começar, os alunos, que se vestiam impecavelmente, participavam da cerimônia do hasteamento da bandeira e cantavam orgulhosamente o Hino Nacional. E dentro das salas de aula, toda vez que o professor entrava os estudantes respeitosamente se levantavam. “No currículo do meu colégio tinha aulas de inglês de qualidade, além de psicologia e filosofia. Saí de lá com uma ótima base, só fiz cursinho para o vestibular porque meu pai queria que eu fosse médica, mas minha vocação para o jornalismo falou mais alto”, lembra.

Uniforme completo

 

Diferente do que muitos imaginam, o ex-governador José Serra também era um aluno bastante “levado, arteiro e barulhento”, como ele mesmo se classifica. Certo dia, decidiu não usar o uniforme completo. Naquela época paletó, farda e gravata eram obrigatórios. Ao cruzar com o diretor, que percebeu de imediato que estava sem farda, acabou levando uma suspensão.

José Serra com colegas da 3ª série do Grupo Escolar, em 1951

Apesar das travessuras, foi na biblioteca da Escola Estadual Antônio Firmino de Proença que começou a se interessar por literatura. “Lembro-me muito da Biblioteca do Firmino: bonita, bem arrumada, com muitos livros. Foi lá que comecei a me interessar por literatura. O Conam Doyle completo, por exemplo, incluindo tudo o que ele escreveu sobre o detetive Sherlock Holmes”, afirma.

A apresentadora Adriane Galisteu também era dedicada. “Era super difícil, eu tinha que estudar muito. Mas nunca fiquei de recuperação em nenhuma matéria. Eu tinha uma educação simples, mas com muita estrutura”, afirma. Ela estudou, do fundamental ao ensino médio, em escolas estaduais. A apresentadora lembra claramente dos funcionários que trabalhavam na escola, da cantina e de uma professora de educação física que adorava. “Eu era muito participativa. Fazia parte do time de vôlei, do jornal, do jogral, do teatro. Tinha todas as atividades que tem em um colégio particular”, lembra.

A disputa por vagas nas escolas estaduais era grande. O ensino, de muita qualidade, atraia os alunos. As famílias com menos condições se esforçavam para manter seus filhos nessas escolas, como era o caso do jornalista Herodoto Barbeiro, que estudou do primário ao ensino médio em escolas estaduais da capital. “Meu pai não tinha dinheiro. Minha família era pobre. Entrei na USP apenas com o que me ensinaram os professores da escola José Vicente de Azevedo, no Bosque da Saúde, para onde eu ia de bonde”, lembra.

Apesar de ter vários jornalzinhos escolares, ainda não passava pela cabeça de Herodoto que um dia se tornaria jornalista. Pelo contrário, queria ser professor e para isso se espelhava no exemplo de seus próprios mestres. “Os professores eram ótimos, conheciam a matéria, tinham didática e conquistavam todos nós. Alguns deles me lembro até hoje e sou grato pelo que se esforçaram e as boas aulas que ministravam”, afirma o jornalista que chegou a dar aula por 25 anos.

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