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domingo, 10/05/2020
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Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres é implantado na Unicamp

Ação busca promover estudos que norteiem as ações de prevenção, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil

O Governo de São Paulo e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) assinaram um convênio, nesta terça-feira (5), para a implantação do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped-SP) na instituição de ensino. O objetivo está baseado na produção, integração, contextualização, disseminação e disponibilização de conhecimento para contribuir na gestão de risco e na gestão de desastres.

Criado como um laboratório, o Ceped, na Unicamp, está vinculado ao Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri). O acordo técnico-científico assinala a necessidade do aporte de diversas áreas do conhecimento para a prevenção das causas de desastres naturais ou provocados pelo homem.

Assim, o Ceped-SP/Unicamp busca promover estudos que norteiem as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil. Inicialmente, o laboratório será conduzido pelos pesquisadores doutores André Munhoz de Argollo Ferrão, Priscila Pereira Coltri, Renata Ribeiro do Vale Gonçalves e Jurandir Zullo Junio.

“O Cepagri possui larga experiência com pesquisas voltadas ao clima e outros aspectos de interesse do território, particularmente o território ocupado pela agricultura. As pesquisas a serem realizadas pelo Ceped-SP acrescentarão à expertise do Cepagri novas linhas de pesquisa, que serão demandadas pela Defesa Civil do Estado, e contarão, eventualmente, com a sua participação direta ou indireta, seja no fornecimento de dados ou no envolvimento de pessoal, de acordo com cada caso”, destaca ao Portal da Unicamp o professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) e pesquisador do Cepagri André Argollo.

Alinhamento

Os estudos acontecerão alinhados às orientações do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), em especial as que constam do Marco de Sendai e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, de acordo com André Argollo.

“O Ceped-SP procurará se especializar em estudos e pesquisa sobre o ‘Enfoque sistêmico do risco’ e ‘Resiliência de territórios e comunidades’, procurando alternativas para cenários futuros visando à preparação das comunidades e seus territórios para a percepção e convivência com os riscos inerentes a diferentes contextos e o enfrentamento de desastres correspondentes a tais riscos”, explica.

O docente ainda assinala que o Cepagri já possui grupos de pesquisa com trabalhos em andamento cujos temas são de interesse da área de Proteção e Defesa Civil e que seguirão sendo desenvolvidos. “São trabalhos vinculados a todas as áreas do conhecimento, e muitos deles abrangendo enfoques diferenciados e recortes territoriais distintos”, pontua.

Parceria

A criação dos Centros de Estudos e Pesquisas sobre Desastres ocorreu após a Lei nº 12.608/2012, que instituiu a Política Nacional de Defesa Civil. Os estados, a partir da legislação, iniciaram parcerias com universidades e institutos de pesquisa para organizaram os centros. Com o convênio realizado com a Unicamp, o Estado agora possui dois Cepeds – o primeiro foi firmado com a Universidade de São Paulo (USP), em 2013.

Para tenente-coronel Henguel Ricardo Pereira, diretor da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, órgão ao qual os Cepeds estão vinculados no Estado, o conhecimento científico é essencial para que se possa entender a dinâmica de um desastre, seja natural ou tecnológico, por isso os convênios são tão importantes.

“É por intermédio da pesquisa científica que pretendemos melhorar o conhecimento sobre o desastre e também propor melhorias ou inovações em equipamentos, materiais, softwares, protocolos de ação, políticas públicas, dentre outros, primando pela eficiência e economia, para, assim, evitar ou minimizar os danos à população, ao patrimônio e ao meio ambiente”, afirma ao Portal da Unicamp.

“Antes da adoção de qualquer atitude frente ao risco de desastre, elementar é o seu conhecimento e as pesquisas científicas têm a capacidade de revelar detalhes essenciais que permitem o mais adequado monitoramento dos gatilhos de sua deflagração, a implantação de medidas preventivas ou mitigatórias, a preparação dos órgãos responsáveis pelo atendimento e da própria população para conviverem com o risco ou responderem ao desastre, a definição dos procedimentos que serão adotados em uma emergência e das ações necessárias para garantir o retorno da normalidade”, acrescenta.