Seminários sobre o idioma e a cultura da Itália são apresentados a alunos de 16 CELs da capital e do interior
Os Centros de Estudos de Línguas (CELs), da Secretaria de Estado da Educação, participam da Semana da Língua Italiana no Mundo. Até o próximo sábado, 22 de outubro, por meio do projeto “A Itália vai ao CEL”, graduandos e pós-graduandos da Universidade de São Paulo (USP) apresentam seminários sobre a cultura e o idioma italianos a cerca de 300 alunos de 16 CELs localizados na capital, em Guarulhos, Jundiaí, Mirassol, Osasco e em São José do Rio Preto.
“Aproveitamos o material humano disponível e criamos este projeto de extensão”, conta Cecilia Casini, professora da Faculdade de Letras da USP, que idealizou o trabalho. A docente coordena os seminários oferecidos a estudantes de italiano da rede estadual sobre assuntos referentes à Itália, desde a arte até as festas populares.
O CEL da Escola Estadual Buenos Aires, localizada em Santana (zona norte de SP), é um dos contemplados no projeto. Os estudantes da unidade assistiram a uma apresentação com o tema “As Línguas da Itália”, ministrada pela universitária brasileira Carolina Carnieri e pelo mestrando italiano Vinicio Corrias. Ao final da aula, os cerca de 20 alunos presentes ouviram a gravação de um hip hop cantado em sardo, dialeto originário da Sardenha, ilha ao sul da Itália. “Escolhi essa música para aproximar os jovens do idioma por meio de uma manifestação moderna”, explica Vinicio.
O estudante Luan Maicon Ferreira dos Santos, 16 anos, gostou da apresentação. “Foi muito legal. A cultura italiana é fascinante. Sonho em conhecer a Itália”, disse o aluno da 2ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Buenos Aires. Ele cursa italiano há um ano no CEL, onde também já concluiu o curso de espanhol.
Coordenadora do Centro de Estudo de Línguas da Escola Estadual Buenos Aires, a professora Fabiana Valeriano acredita que a iniciativa ajuda a despertar o interesse dos estudantes pelo italiano. O curso do idioma atraiu cerca de 100 dos 900 alunos matriculados no CEL de Santana, que também oferece cursos de espanhol, francês, alemão e inglês.
Promovida pelo Instituto Italiano de Cultura, a Semana da Língua Italiana no Mundo ocorre de 17 a 23 de outubro, mas a programação segue até dia 27 em diversos locais da capital. Mais informações podem ser encontradas no blog da iniciativa.
Expansão
O Governo do Estado está investindo R$ 13 milhões para a expansão dos CELs da rede estadual de ensino. A medida está possibilitando a criação de mais 142 unidades, o que elevará o número de centros de 106 para 248 em todo o Estado, contemplando também cidades com população inferior a 50 mil habitantes. Com a ampliação, o número de alunos da rede estadual atendidos, gratuitamente, passará de 60 mil para 100 mil. Para a manutenção dos centros, o Governo do Estado investe R$ 19,5 milhões, uma média de R$ 327 por aluno. Somando os novos centros, serão 28 unidades na capital, 33 na Região Metropolitana e 187 no interior e litoral, que totalizarão um investimento de R$ 33 milhões no programa.
O programa
O Centro de Estudos de Línguas foi criado originalmente em agosto de 1987, em princípio para oferecer curso gratuito de espanhol aos alunos da rede estadual no contraturno das aulas regulares. Posteriormente, passou por nova regulação, que ampliou a oferta de idiomas. Hoje, os centros também ministram cursos de inglês, italiano, francês, alemão e japonês. Para isso, a Secretaria conta com a parceria de instituições acadêmicas e culturais, nacionais e estrangeiras, além de representações diplomáticas, como o Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo (USP), a Embaixada da Espanha, o Colégio Miguel de Cervantes, o Consulado Geral da França, o Consulado Geral da Itália, o Instituto Goethe, o Consulado Geral do Japão e a Associação Cultura Inglesa, entre outras.
Os CELs estão instalados em escolas da rede, em todo o Estado, situadas em locais de fácil acesso, com espaço físico adequado aos cursos e com horário de funcionamento que assegure o atendimento ao aluno que trabalha. Eles têm funcionamento próprio, independente da escola que os acolhem, e recebem apoio técnico-pedagógico de um conselho coordenador constituído por diretores das escolas atendidas pela unidade, por professores de línguas estrangeiras e por representantes de alunos.
O programa tem por objetivo propiciar a estudantes oportunidades extras de desenvolvimento de expressão em língua estrangeira, com enriquecimento curricular e acesso a outras culturas, além de oferecer a eles habilidades para inserção no mercado de trabalho e ferramentas que os auxiliarão por toda a vida.
Com exceção do curso de inglês, que tem duração de um ano, divido em dois semestres de 120 horas de aula cada um, os demais cursos têm duração de três anos, em módulos de seis semestres, com duração total de 480 horas. São ministradas quatro aulas semanais de 50 minutos de duração, em diferentes horários para facilitar o comparecimento dos alunos que trabalham.
