Um levantamento feito pela Educação mostrou que há encontro de gerações entre as pessoas que voltam a estudar na rede estadual. Nas unidades paulistas que oferecem a Educação de Jovens e Adultos (EJA), são cerca de 2 mil estudantes que regressam à sala de aula após os 60 anos. A modalidade é destinada aos que, por qualquer motivo, interromperam os estudos e desejam conquistar o diploma do ensino básico.
Para o próximo semestre, as inscrições para a EJA já estão abertas. Para fazer a matrícula, basta comparecer a uma escola estadual com documento de identidade com foto e comprovante de residência. Os interessados que não tenham em mãos o histórico escolar, uma avaliação diagnóstica e classificatória é realizada na própria unidade.
Foi o que fez Luiza Morinagoa Yara. Após anos longe da sala de aula, a moradora da capital paulista resolveu conquistar o tão sonhado diploma de Ensino Médio na rede estadual já “sexagenária”. Ela então concluiu os estudos na E.E. João Alvares de Siqueira Bueno e agora cursa a faculdade de Geografia. “Não quero parar tão cedo. Adoro estudar”, afirma.
“Nós trabalhamos com o objetivo de abrir as portas para todos aqueles que desejam completar os estudos por questões pessoais e profissionais. Em São Paulo, também estão em funcionamento 31 unidades dos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja). Nesses espaços a presença é flexível, os alunos recebem um roteiro de aulas. O modelo é ideal para quem trabalha e não consegue frequentar a escola de segunda a sexta-feira”, explica Virgínia Nunes, diretora do Centro de Jovens e Adultos.
Na rede estadual, existem inúmeros exemplos de alunos que retornaram aos estudos após alguns anos. É o caso de Neide Pereira Silva, aluna da E.E João Cavalheiro Salém, que voltou a estudar com 45 anos de idade e Luiza Miyoe Morinaga Yara, que após 40 anos longe dos livros e apostilas, retornou para dentro da sala de aula da E.E. João Alvares de Siqueira Bueno.
Material focado no adulto
Com o intuito de incentivar os alunos que decidiram retornar às salas de aula por motivações profissionais, a Educação mantém em prática algumas ações. A primeira delas é a elaboração de um currículo que dialoga com o mercado de emprego e a experiência desses estudantes. No material “EJA – Mundo do Trabalho”, os alunos têm acesso a um conteúdo atualizado de diversas disciplinas da base curricular: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia.
Outro diferencial da rede é o investimento na formação dos professores que atuam na EJA. Além de orientações sobre a metodologia e o uso dos materiais, os docentes têm a oportunidade de participar de cursos. No primeiro semestre, por exemplo, a Educação elaborou o projeto “Estudar: como se aprende”, que discute práticas e alternativas de orientações de estudo com foco em adultos e jovens.