A produção audiovisual brasileira e a popularização de seu acesso foram o aguardado tema da redação do ENEM 2019, cuja prova aconteceu neste domingo (03). Considerado como surpresa, o tema, chamado oficialmente de “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, foi considerado fácil e com múltiplas possibilidades de abordagem.
Para elaborar a dissertação os estudantes tiveram os seguintes materiais de apoio: :um trecho do artigo “O que é cinema”, de Jean-Claude Bernardet; um trecho do texto “O filme e a representação do real”, de C.F.Gutfreind; um infográfico do periódico “Meio e a Mensagem” sobre o percentual de brasileiros que frequentam as salas de cinema e um trecho do texto “Cinema perto de você”, da Ancine.
O tema foi elogiado nas redes sociais, mas houve quem achou difícil justamente pela multiplicidade de questões a serem abordadas. Além da diversidade de filmes, há uma grande variedade de produtores na execução dos projetos audiovisuais e o valor do ingresso, que é considerado caro em comparação com outros países.
Para o cineasta Bruno Barreto, o tema foi uma chance de melhorar a percepção dos jovens sobre o assunto. “A arte precisa de dinheiro, mas também de mecanismos para facilitar o acesso, para democratizar, fazer com que pessoas com baixo poder aquisitivo tenham acesso ao audiovisual. A maneira realista de isso acontecer é nas plataformas e na televisão”, relatou ao portal G1.
Já Marcelo Gomes, diretor de filmes como “Estou me guardando para quando o Carnaval chegar” (2019) e “Cinema, Aspirina e Urubus” (2005), citou a questão identitária. “O cinema é o espelho da nossa cultura. Já foi dito que um país sem cinema é uma casa sem espelhos. A gente tem que democratizar, fazer chegar a todas as camadas da população, não apenas em shoppings com ingressos caros”, relatou ao site G1.
O Enem 2019 continua no próximo domingo, 10 de novembro, com questões de matemática e ciências da natureza.