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segunda-feira, 25/06/2018
Boas Práticas

Com cinema para cegos, escola trabalha a inclusão

A iniciativa fez dos alunos pessoas protagonistas e solidárias

Com o intuito de promover a inclusão de pessoas portadoras de deficiência visual, na escola estadual Octalles Marcondes Ferreira os alunos participaram do projeto “Cinema para cegos”. Tem pipoca, sistema de som, sala escurinha e tudo o mais, menos a tela. Sim! É dessa forma que os professores conseguiram fazer com que os estudantes se colocassem no lugar do próximo. No final, todos aprenderam que se cada um fizer sua parte é mais fácil superar os obstáculos para a construção de um mundo mais justo.

“A gente queria sensibilizar os outros sentidos também, que a pessoa usasse o tato, que sentisse realmente como é ser cega. Tendo medo de percorrer o caminho, parar na fila, depois de pedir a informação, sem saber o que vai acontecer, ter que confiar em alguém a guiando”, explica Jucélio Antônio, professor de Matemática e idealizador do projeto.

Tem montagem, tem cenário, tem as vozes e o guia. E, durante a implementação do projeto, Jucélio repassou o conhecimento que havia recebido sobre como conduzir corretamente uma pessoa que não enxerga. “ um dia eu posso encontrar uma pessoa necessitada na rua, um cego, e vou poder ajudar, pois eu recebi um treinamento”, comenta a aluna Lays de Matos.

E esse treinamento é importante, pois muitas vezes as pessoas não oferecem ajuda por, simplesmente, não entenderem a dificuldade do outro. “Por que, até então, eu acho que eles não tinham percebido as dificuldades, as barreiras que um deficiente visual enfrenta. Então, porque não colocá-los no lugar? Estar na pele é uma vivência que dá outro entendimento aos alunos”, conta Fátima Freitas de Alencar, professora de Língua Portuguesa e idealizadora do projeto.

“A gente não enxergava nada. Deu insegurança e a gente sentia até medo”, relata o jovem José Guilherme de Oliveira. E era exatamente isso que os professores queriam, “fazer a pessoa experimentar várias sensações diferentes e usarem os sentidos de formas que nunca haviam usado antes”, complementa Jucélio.

O projeto “Cinema para cegos” colaborou para que os alunos da EE Octalles Marcondes Ferreira começassem a trabalhar em equipe, o que aflorou a solidariedade e o cuidar do próximo. Além da união, os participantes podem explorar competências que não estão diretamente ligadas à sala de aula, como um talento que ele possa ter e que ainda não tenha conhecimento da habilidade. Além, é claro, de desenvolver a habilidade de se colocar no lugar do outro, em qualquer situação.