A matemática nem sempre é absorvida pelos alunos da forma que os professores gostariam que fosse. No entanto, cabe aos educadores encontrarem a elaboração de estratégias para que a aprendizagem se torne, cada vez mais, algo de natural entendimento. Na escola Marechal Deodoro, em São Paulo, com a implementação do MMR – Método de Melhoria de Resultados, foi possível desenvolver atividades lúdicas que renderam diversos benefícios à comunidade escolar, como o aumento na avaliação do Saresp.
A professora coordenadora da unidade, Noelia de Jesus Tacla, explica que “através dos ATPC’s, foi feita a implementação juntamente com os professores e a diretora Miriam. Todos trouxeram novas estratégias, como os jogos. Então os professores começaram a trabalhar em todas as aulas. Esses jogos eram utilizados em sala e também nas aulas de Educação Física e Artes”, disse.
Foram vários jogos/oficinas em que os professores puderam vivenciar os fundamentos da matemática com as crianças. Durante as atividades foi possível concretizar ensinamentos dos cinco eixos temáticos: números, operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação. Além disso, os alunos entenderam o sistema de numeração decimal, cálculo mental, escrito, exato e aproximado.
A rede estadual paulista tem à disposição o EMAI, livro para a Educação Matemática nos Anos Iniciais. Com a cartilha a compreensão da disciplina ganha forte a liada. No entanto, o MMR serve para que os professores e a direção encontrem outras formas de atingir resultados de forma mais eficaz e rápida. A partir do MMR, foi feito um levantamento das habilidades com baixo desempenho e, no final do ano, os frutos foram colhidos.
“Esse retorno para nós foi muito satisfatório, pois quando compreendemos, no fim de 2017, que o MMR estava no início de tudo, observamos professores de Educação Física ensinando perímetro, área, por exemplo”, afirma Noelia. “E quando fizemos os simulados do Saresp eu tive uma satisfação muito grande, era sorriso e alegria. Porque ali era o resultado de todo um trabalho. Então o MMR veio para ficar. Nós não fizemos nada diferente, apenas complementamos o trabalho”, conclui a professora coordenadora.
Tudo foi dividido em algumas etapas. Os organizadores começaram com os ditados de números, depois passaram para as operações e, por último, as situações problemas e atividades de espaço e forma, bem como o tratamento da informação e grandezas e medidas. O melhor é que todas as aplicações foram tranquilas, os alunos realizaram tudo sem muitos questionamentos e/ou dúvidas.
Pode ser pela grande sabedoria que vem dos pequenos, ou então pelo excelente trabalho realizado pela equipe escolar. Fato é que para a Mariane Caroline Gonzales, de apenas 10 anos, estudar matemática é mais fácil, “pois tem mais números do que letras. E para mim isso é fácil porque eu não sou muito boa em escrever”, esclarece a estudante. Segundo ela, “a matemática só se torna mais fácil se você estudar. E fica mais fácil ainda quando o professor incentiva”, enfatiza. E esse incentivo foi muito presente durante todo o ano letivo, com a implementação do Método de Melhoria de Resultados.
A aluna Sara Santos Ribeiro, de 10 anos, também se dá melhor com a matemática, pois acredita que é uma disciplina mais prática. Com o MMR, “na aula de Artes a gente também está aprendendo matemática, porque às vezes a gente pode desenhar uma bola, partir ao meio e fazer uma fração. Então, para mim, a Arte e a Educação Física são jeitos de aprender matemática”, conclui a garota.
Os professores da unidade escolar tiveram ainda ajuda de alguns estudantes de pedagogia da Uninove. Os universitários chegaram na escola com o intuito de fazer um estágio. Thainá Branco Ferrarezi, que atualmente é auxiliar de classe da Marechal Deodoro, garante que com “a oportunidade de estágio na unidade conseguiu desenvolver melhor a própria capacidade de atuação. Além de ajudar na formação de futuros cidadãos, principalmente dos que vieram de outros países”, diz.
Miriam Gironda, que é a diretora da Marechal Deodoro, no início do ano, quando chegou a proposta do MMR, chegou apensar que o trabalho seria mais árduo. Mas, com o projeto em andamento chegou à conclusão de que “é mais fácil. Você ensina de uma forma que eles brincam, aprendem e não fica aquela formula repetitiva. E no final do ano todo mundo fica feliz”. O que as escolas precisam é dar o primeiro passo, segundo Miriam. “Os materiais utilizados nesse projeto são bem fáceis de encontrar: papel craft, papel cartão, desenhos feitos pelos professores, sucatas… Enfim, as escolas só precisam ter boa vontade para desenvolver um projeto como esse”, ensina a diretora escolar.
Ficou evidente a necessidade do uso do material concreto, do incentivo à reflexão, o desenvolvimento do “gosto” pelo pensar, pelo vencer desafios e usar soluções criativas e pessoais para solucionar situações. É preciso ensinar os educandos a pensar. Isso não vai ajudá-los apenas na matemática, mas na interpretação de textos em geral e, principalmente, na vida prática.