“O diferencial da nossa escola é que nós seguimos a risca o programa Ler e Escrever. Acreditamos que quando a criança possui essas habilidades bem fundamentadas ela consegue desenvolver qualquer atividade”.
Para a diretora da E.E. Chiquinha Rodrigues, Maria Regina Collaço Villas Bôas, esse é um dos motivos que levaram a escola da periferia da cidade de São Paulo a alcançar um excelente resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp).
Outra ação que também contribuiu com o bom rendimento dos alunos foi a recuperação intensiva. Em uma classe com número de crianças reduzido, os professores ensinam o conteúdo de forma lúdica e focam nas dificuldades de cada estudante.
Trabalhar com professor de apoio também fez diferença. “Essa é uma das políticas da Secretaria que vestimos a camisa e o resultado foi muito benéfico. Enquanto o professor regente leciona o conteúdo o professor de apoio trabalha em cima das dificuldades dos alunos”, conta a professora.
Foco na gestão e acompanhamento da rotina escolar
A boa gestão escolar também é um dos motivos que levaram a E.E. Professor Antônio Alves Cruz a obter um bom índice em 2013. No início de todo ano letivo, é elaborado na escola, que possui o novo modelo de Tempo Integral, um plano de ação com todos os gestores, coordenadores e docentes, que pode ser adaptado ao longo dos bimestres.
Por se tratar do Ensino Médio, a escola trabalha a preparação do aluno para a vida adulta, os estimulando a descobrirem suas aptidões em aulas como “Projeto de vida”, “Orientação de estudos” e “Introdução ao mercado de trabalho”. Os alunos ficam nove horas na escola e cursam as disciplinas regulares e as chamadas eletivas, características da Educação Integral. Nesse modelo de ensino, os professores têm dedicação exclusiva e gratificação salarial de até 75% sobre o salário-base. Em 2014, o Estado de São Paulo contará com 182 escolas nesse modelo.
A unidade trabalha com professores tutores e coordenadores de área para estar atenta ao que ocorre no dia a dia. Acompanhar de perto o trabalho dos alunos e professores e estimulá-los a apresentarem novos projetos é uma das principais preocupações da diretora da unidade, Solange Aparecida de Fátima Duquese. “É importante perceber o desenvolvimento deles, ver até que ponto podem chegar e estimulá-los a ter novos olhares e ideias. E isso só é possível por meio do diálogo aberto e acompanhamento diário”, afirma.
Outro ponto ressaltado pela diretora é estimular os alunos a trabalhar, de maneira constante, com as ferramentas disponibilizadas pela Educação, como a Sala de Leitura e a sala do Acessa Escola.
Vínculo com os alunos
Para Márcia Candido Senchetti, diretora da E.E. Pedro Mascari, em Itápolis, o segredo para alcançar bons resultados está no comprometimento dos educadores e na parceria com os alunos. A unidade recebe principalmente estudantes provenientes da zona rural.
“Essa é a minha comunidade e os alunos são como minha família. Sempre vou às salas, converso com os estudantes e tento integrá-los”, explica a diretora, que estudou na escola onde hoje é gestora e tem entre seus alunos a própria filha, cursando o 2º ano do Ensino Fundamental. “Nós elegemos representantes de sala, temos Grêmio Estudantil e a equipe gestora sempre está presente nos eventos da escola. São ações que aumentam a autoestima dos alunos e os torna participantes da rotina escolar”, ressalta Márcia.
Com os docentes, o trabalho de integração também é realizado. Atividades diferentes são propostas no planejamento escolar e os novos professores passam por um “acolhimento” especial. “Procuramos criar vínculos, pois somente assim é possível realizar um bom trabalho”, destaca Márcia, que acredita que o comprometimento e a proximidade entre os educadores e os jovens são os principais ingredientes na fórmula para o sucesso.