De disciplina eletiva à dinâmica proposta pelos próprios estudantes, o teatro tem ganhado cada vez mais espaço nas escolas da rede estadual de ensino de São Paulo. Nas atividades, os alunos colocam em prática todo conteúdo aprendido em sala de aula, além de desenvolverem habilidades pessoais.
Na E.E. Carlos Maximiliano, na zona oeste da capital paulista, o palco é usado por alunos do ensino Fundamental e Médio para representar diversos gêneros artísticos. As metodologias auxiliam os estudantes a compreender técnicas corporais e vocais, que podem ser usadas nas mais variadas situações.
Já na E.E. Prof. Antonio José Leite, da zona norte, um grupo de estudantes incentivados pela professora de língua portuguesa desenvolveu o projeto Jovem Em Cena. Desde 2008, crianças e adolescentes criam adaptações de grandes obras do cinema e da literatura mundial. Confira no vídeo acima.
Eles escrevem o roteiro, produzem o cenário e elaboram o próprio figurino. No ano passado, a peça escolhida pelos alunos foi “Yentl”, de Isaac Bashevis Singer. Os ensaios são realizados aos sábados.
Além do ambiente escolar, a Diretoria Guarulhos Norte realiza a Mostra de Teatro da regional de ensino. Em 2016, mais de 500 alunos de 30 escolas da diretoria apresentaram encenações de temática livre. A proposta foi que os jovens criassem as peças sob a orientação dos professores e da equipe gestora das unidades. Neste ano, a mostra está prevista para acontecer em setembro.
Como disciplina complementar, a E. E. Carlos Maximiliano utiliza o teatro para preencher o período que os alunos ficam na unidade, que faz parte do Programa Ensino Integral. As aulas acontecem às sextas-feiras, e todos os alunos são convidados a participar. No palco, são encenadas coreografias de diversos gêneros artísticos, conforme relata o professor Francisco dos Santos, quando diz que ali são trabalhadas a “desinibição, além de expressão corporal e vocal. Com isso o aluno vai percebendo a potencialidade que tem”, ressalta o educador.
Outra unidade que se enveredou pelos caminhos da encenação é a E. E. Isabel Vieira Serpa, quando desenvolveu diversas atividades com o tema Africanidade, para a Feira Cultural da escola. Além das esculturas criadas para retratar as influências africanas no esporte, na cultura e religião do povo brasileiro, os alunos complementaram a programação com a dança, a capoeira e peças teatrais.
Há anos o teatro promove a união das pessoas. Dentro de um Teatro o público se torna igual, e no palco os atores são capazes de transmitir qualquer mensagem a qualquer pessoa. O teatro é impactante e consegue trazer assuntos para debates que ajudam a construir uma sociedade melhor. Pensando nisso, e em como combater o bullying, as Escolas Estaduais Professora Odila Bento Mirarchi e Professor Eurico Figueiredo utilizaram as artes cênicas para conscientizarem seus alunos. O resultado não poderia ser outro, se não transformador.