O que acontece quando uma ideia desenvolvida por uma tradicional repartição pública de São Paulo alcança tantos estudantes? Na última segunda-feira (10), o aplicativo Ligado Operador desenvolvido pela EMTU/SP, ficou entre os dez finalistas do Prêmio Melhores Práticas de Mobilidade 2019, organizado pela Divisão América Latina da União Internacional dos Transportes Públicos (UITP).
Apesar de não configurar entre os vencedores no evento do Global Public Transport Summit Stockholm 2019, a iniciativa impactou a vida de milhares de estudantes da rede pública de São Paulo. A ferramenta permite o acompanhamento da operação em tempo real, com informações da localização dos veículos, registro de embarque e desembarque das crianças e o horário inicial e final de cada viagem.
O serviço é executado pela EMTU/SP, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, e está disponível para Android e IOS. Outro benefício é possibilitar que o motorista registre eventuais faltas dos alunos e informe as justificativas. Com a ferramenta, a EMTU/SP também pode enviar mensagens aos operadores das vans, facilitando e agilizando a operação do Ligado, serviço que transporta estudantes com deficiência ou mobilidade reduzida matriculados na rede estadual de ensino.
A monitora Sônia Maria Cyrino destacou a facilidade em levantar informações sobre o aluno como, por exemplo, uma possível ausência e o motivo da falta. “Mostro esse aplicativo às mães e nas escolas para explicar como o trabalho é organizado.” Integrado à plataforma tecnológica eSEC, compartilhada entre a EMTU/SP e a Secretaria da Educação desde 2014, o aplicativo possui interface simples e objetiva para facilitar o uso durante a operação. Por meio de ícones, o motorista fica sabendo antecipadamente se o passageiro é cadeirante, se possui acompanhante e até a data em que comemora aniversário.
O Ligado Operador foi desenvolvido pela EMTU/SP em quatro meses e 1.200 pessoas, entre operadores e monitores, foram treinadas para utilizar o aplicativo. O app começou a operar em abril do ano passado e desde então vem sendo aprimorado com novas soluções. São registrados atualmente mais de 12 mil acessos diários.
Ideia surgiu em competição
A criação do aplicativo foi proposta durante a 1ª Hackathona Metropolitana EMTU-Metra, realizada em 2017. Um dos desafios sugeridos aos participantes na maratona de inovação foi “Como automatizar a roteirização (custo-tempo) do Serviço Especial Ligado?”.
O aplicativo foi sugerido pelo grupo Computer Society, formado pelos estudantes Carlos Henrique Torres Silva, Gustavo Murayama, Lucas Tornai de Carvalho e Renan Henrique Gomes Damazio Assunção, que foram semifinalistas. A ideia foi levada adiante e desenvolvida pela área de Tecnologia da Informação (TI) da EMTU/SP.
Hoje engenheiro de dados, Lucas Carvalho explicou que aquela foi sua primeira experiência em um hackathon e ficou satisfeito em saber do desenvolvimento do app: “Achei legal porque o trabalho que a gente fez não foi em vão”.