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quarta-feira, 08/03/2017
Professores e Funcionários

Conheça Paula Beatriz, a primeira diretora trans da rede estadual de ensino

Nesse dia 8 de março, a diretora reforça que as mulheres precisam manter a autoconfiança e se unirem

Nascida e criada na Zona Sul da capital, Paula Beatriz de Souza Cruz é o nome mais respeitado da E.E. Santa Rosa de Lima. Aos 42 anos e à frente da gestão da unidade, que atende cerca de 980 alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, desde 2005, Paula é a primeira mulher transexual a ocupar o cargo no Estado de São Paulo.

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A diretora explica que soube desde criança que seria professora. Ela leciona na rede desde 1989, quando ingressou na E.E. Presidente Kennedy. Na escola em que trabalha atualmente, Paula explica que nunca passou por nenhum tipo de constrangimento, que os profissionais, pais e professores a respeitam como mulher e que não há muitos casos em que precise lidar com a curiosidade. “Os alunos são carinhosos comigo, têm respeito e até me elogiam bastante dizendo “nossa, professora, como você está bonita”. Eu tenho muita sorte, infelizmente conheço amigas que não têm”, disse.

Sua infância e adolescência foram marcadas por inúmeras descobertas, entre elas a revelação de qual, segundo ela, era a sua verdadeira identidade. “Eu sabia que eu não pertencia ao corpo que eu tinha nascido biologicamente e eu precisava saber quem, de fato, eu era”, explicou.

Amparada pelos amigos e família, Paula conta que somente em 2005 se permitiu a mudança. Aos poucos foi exteriorizando sua identidade feminina e, em 2007, buscou ajuda médica para o procedimento de readequação de sexo.

Para a diretora, ser mulher é um orgulho e uma conquista indescritível e uma revelação de que a sociedade está caminhando para uma grande transformação de respeito às questões de gênero. “As mulheres precisam ter confiança, acreditar nelas mesmas e, principalmente, se unirem. A luta ainda não terminou”, disse.

Nome social é direito garantido

Um levantamento feito pela Educação do Estado de São Paulo apontou que até setembro de 2016, 358 estudantes travestis ou transexuais solicitaram o uso do nome social em suas escolas. O número é 51% superior ao mesmo período em 2015. A adoção do nome social é um direito garantido a alunos e servidores da rede estadual de ensino de São Paulo, de acordo com o Decreto Estadual nº 55.588, de 17 de março de 2010, que assegura às travestis e transexuais este direito em todos os órgãos públicos estaduais.

Até o período, 17 profissionais da Educação solicitaram a inclusão da nomenclatura pelo gênero que se reconhecem, 15 deles se reconheceram no gênero feminino.