Mais do que lançar a bola em direção ao aro para fazer uma cesta, as crianças aprendem a planejar o futuro nas aulas de basquete do programa Escola da Família, na E.E. Professor Newton Espírito Santo Ayres, em Osasco, região metropolitana de São Paulo.
O responsável pelo projeto “Arremesso para o Futuro” é o ex-jogador de basquete profissional Wilson de Oliveira Rodrigues. Seu objetivo é casar o desenvolvimento de habilidades esportivas com o ensinamento de valores, como o respeito ao próximo, preparando os pequenos atletas para os desafios que virão ao longo de suas vidas.
Os treinos acontecem aos sábados e são abertos a participação da comunidade. Cerca de 60 crianças e jovens são atendidos. Das quadras de Osasco já saíram grandes jogadores. Dois ex-alunos carimbaram seus passaportes e foram contratados por equipes da Europa. Prova de que os alunos não estão ali apenas por diversão.
“Não é só um passatempo. Nós não aprendemos só basquete. Aprendemos respeito, humildade e outras coisas que vão ajudar em nosso futuro”, conta Felipe Andrade, aluno do Ensino Fundamental na escola.
Voluntariado
Desde 2011, Wilson atua como voluntário. Sua dedicação chamou a atenção do seu amigo Claudinei Alves que se uniu a causa e hoje trabalham lado a lado no Escola da Família. “Ser voluntário é muito gratificante é uma forma de retornar tudo o que a vida nos proporcionou”, diz Claudinei.
O time de treinadores é rigoroso e exige que, para participar do projeto, as crianças apresentem regularmente o boletim escolar. A adoção da medida faz o aluno se dedicar não só a quadra e, principalmente, aos conteúdos passados na sala de aula.
“O basquetebol é só um chamariz para que eles venham até a escola. O que nós queremos é criar cidadãos de bem”, explica.
Mudança dentro de casa
Dois netos da dona de casa Graça Santos são alunos de Wilson. Os meninos tímidos e com dificuldade de se relacionar, começaram a fazer novos amigos depois de ingressar nos treinos de basquete. Os valores aprendidos no “Arremesso para o Futuro” também trouxeram mudanças dentro de casa. “É nítido que eles são outras crianças. Estão mais desinibidos, com mais disposição e interesse em ajudar até nas tarefas de casa”, afirma Graça.
Atividades todos os fins de semana
No Escola da Família, as comunidades podem encontrar atividades de esporte, lazer, cultura, saúde e trabalho aos sábados e domingos. As ações são desenvolvidas pelos educadores universitários e equipes da escola. O programa conta ainda com a ajuda de 12 mil voluntários.