Rodrigo Baglini é professor de geografia e educação digital e, desde 2012, alimenta o seu canal no Youtube. Ele é um dos edutubers escalados para dar aulas no Centro de Mídias São Paulo. De acordo com ele, o objetivo é ter o canal como repositório de matérias e, por conta disso, de um ano e meio pra cá, ele foi reformulado com playlist, sequência de aula e a simulação de um espaço de aprendizagem.
“Tem sido especial demais e estou curtindo esta experiência de edutuber. Na verdade é a relação de quebrar as paredes, o tempo de aprendizagem para democratizar a sala de aula, onde o aluno pausa, avança e assiste o conteúdo, e o vídeo permite isso para quem tem acesso a internet”, ressalta o professor.
De acordo com Rodrigo, o planejamento está em postar uma sequência de aulas, com assuntos como: as relações sócio políticas na geografia, as relações da globalização e o corona vírus, os recursos naturais e fontes energéticas e o desenvolvimento urbano industrial do Brasil.
“Este ainda é um modelo que necessita de uma cultura digital e um aprender digital, e é um processo que está sendo construído no aprendizado digital. Os alunos participam, inclusive, de uma interatividade no Google Forms com uma tarefa parecida com um exercício em aula, e já é notado um avanço por parte deles. Na primeira aula eles responderam 90 respostas em 5 minutos. Na segunda, foram 200 em 3 minutos. É interessante porque eles tinham que acessar vários caminhos, e no fim, acabaram conseguindo”.
Para Bruna Waitman, organizadora das atividades no Centro de Mídias, os Edutubers têm um papel fundamental por se conectarem com a linguagem dos jovens e as experiências da videoaula. Esses professores que estão ali são do Youtube e já dão aulas de diversos componentes nos seus canais. Muitos deles já são conhecidos dos alunos. “Vamos ver muita coisa bacana. Os Edutubers estão desenvolvendo aulas sob medida para a nossa rede, baseada nas habilidades do currículo paulista e que estão totalmente conectadas com as realidades dos nossos estudantes. Então, essa é a chance de um estudante ver o seu edutuber preferido, fazendo uma aula específica para ele.
A professora de Artes Narelle Felisberto Ferreira Zacarias, da Escola Estadual Maria Carolina Cardim, em Diadema, também será Edutuber no Centro de Mídias São Paulo. Ela comenta que os alunos são extremamente curiosos. “E como alguns professores ainda não utilizavam esse meio de comunicação sinto que eles perguntam bastante pedindo feedback”, disse.
Sobre o procedimento de aulas no Centro de Mídias, Narelle comenta que a experiência está sendo muito interessante: “ A gente se filmando em casa tem a preocupação de edição de vídeo, de preparar o ambiente e tudo mais, e lá os recursos são profissionais, de alta qualidade, já estruturado, então está sendo muito interessante”.
Professores de escolas estaduais prestam homenagens aos alunos neste dia da Educação
Professores e alunos também puderam mandar mensagens com perguntas e elogios para o autor
Nesta segunda-feira (27), 3,5 milhões de alunos retornaram as aulas de uma maneira diferente nas escolas estaduais de São Paulo devido ao isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus. E, para alegrar os corações desses estudantes, nada melhor do que mensagens positivas e de esperança de seus mentores.
Foi desta forma que a diretora da Escola Estadual Eunice Cordeiro, em São José dos Campos, que atende 508 alunos, do 1° ano 5° ano, desenvolveu a gravação de um vídeo. “Um sentimento que foi despertado em mim, e acredito que em todos os docentes que participaram desse acolhimento virtual, é de carinho, é de mostrar para eles que nós estamos sempre abertos a ensinar as crianças, seja como for”, ressalta. E acrescenta: “o vídeo foi postado no Facebook da escola e os pais ficaram surpresos com as mensagens”, completou a professora Fátima Aparecida César Lamparelli.
Os professores da Escola Estadual Professora Lucinda Bastos, de Mogi das Cruzes, publicaram nas redes sociais mensagens de incentivo aos seus alunos para continuarem em casa e manter os estudos durante o período de quarentena. Além de manifestar as saudades dos encontros em salas de aula, os docentes também orientaram sobre o uso do Centro de Mídias e acompanhamento das matérias no canal TV Educação.
“A iniciativa foi para que os alunos pudessem se sentir acolhidos durante este período. O quanto mais pudermos fazer para incentivar os alunos a estudar em casa, nós vamos fazer”, conta Valdenis Silva, diretor da unidade.
Da mesma maneira ocorreu na Escola Estadual Prof. Lourdes Maria de Camargo, também em São José dos Campos, que conta hoje com 1.320 alunos matriculados. Raquel de Cassia Campos Diniz diz que sempre na volta às aulas, é comum que os professores peguem a primeira turma para fazer essa aproximação com os alunos, e desta vez, não seria diferente. “A nossa intenção foi mostrar para as crianças que mesmo com o afastamento devido a pandemia, nós temos um carinho muito grande. Explicamos que o ensinar vai além de conteúdos, mas de levar a eles a importância de um carinho, de um abraço e de uma vida melhor”, completa.
Aulas a distância
No último dia 3 de abril, o Governo do Estado lançou o Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP). A plataforma permite que estudantes da rede estadual tenham acesso a aulas ao vivo, videoaulas e outros conteúdos pedagógicos durante o período de quarentena.
O CMSP conta com dois aplicativos: para p Ensino Fundamental dos Anos Finais e Ensino Médio e para a Educação Infantil e Anos Iniciais. Os aplicativos estão disponíveis para os sistemas Android e IOS.
O Estado também entrou em acordo com a TV Cultura, que passou a transmitir as aulas por meio dos canais digitais 2.2 – TV Univesp e 2.3 – TV Educação. A Secretaria da Educação está patrocinando acesso a planos móveis de internet para que alunos e professores tenham acesso aos conteúdos via telefone celular.