Fora da E.E. Professor Antônio Cândido Correa Guimarães Filho, na zona oeste da capital paulista, o professor-mediador Fernando Tolentino se despoja dos diários e livros para exercer o ofício de professor de dança.
Com o objetivo de estimular os alunos a descobrirem suas habilidades artísticas, ele incorporou o seu talento à escola e, uma vez por semana, as sextas-feiras, ensina dança na quadra da unidade.
As aulas acontecem no contraturno. Às 12h os alunos já aguardam o educador para dar os primeiros passos. Sabrina Rodrigues, estudante do Ensino Médio, participa do projeto há um ano, onde obteve o primeiro contato com os ritmos que aprendeu. “Eu achava que dança de salão era algo para pessoas mais velhas”, diz. Samba rock e sertanejo são alguns dos estilos que ela ensaiou e até apresentou em um evento no qual a escola foi convidada para participar em uma universidade da região. “Foi muito gratificante ver as pessoas sorrindo e dançando junto com nosso grupo”.
Por meio da dança, Fernando também levou os alunos a uma viajem transcultural ao inserir no projeto ritmos latinos. “Eles conhecem bem o funk, axé e pagode, estilos populares no Brasil. Elevei o nível ao apresentar estilos predominantes em países da América Latina, como a salsa, tango e o merengue. São ritmos que eles nunca imaginaram que poderiam dançar e isso os leva a pesquisar a origem e história de cada país”, explica o docente.
Professores mediadores
Os professores mediadores são responsáveis pelo combate aos conflitos nas escolas e aproximação da comunidade. Nos últimos três anos, a presença destes educadores mais do que dobrou nas escolas estaduais. Um levantamento feito pela Educação mostrou que a atuação destes educadores é aprovada por mais de 90% das unidades de ensino por interferirem de foram positiva na rotina escolar.