Paulista, nascida em 27 de janeiro de 1962, a pequena Sonia Gomes Cruz foi a primogênita dos três filhos de Manoel Gomes Cruz e Neli Barbosa Cruz. Teve uma infância de aplicação aos estudos, mas também de muitas brincadeiras com a sua turminha de amigos aos finais de semana. A atividade lúdica que mais gostava era a de quando tinha que achar um objeto “perdido”. O time que o encontrasse primeiro era o vencedor da partida.
Esse trabalho em equipe, de quando era criança, foi aperfeiçoado ao longo dos anos. Atualmente, diretora efetiva da E.E. Santos Amaro da Cruz (SAMAC) desde janeiro de 2003, Sonia Cruz percebe que à frente da instituição só há resultados satisfatórios quando se tem um grupo forte. Ao falar sobre ter ou não controle da escola, ela relata que “você não conquista a todos, mas forma equipes que trabalham em prol do aluno. E, só assim, fortalecemos a existência dos projetos”.
Os projetos, inclusive, são inúmeros. Desde que assumiu o cargo, ajudou a implementar o FEMUSA (Festival de Música do Santos Amaro), que une apresentações de alunos, funcionários e professores; a Mostra Cultural, com apresentações de trabalhos que envolvem as três áreas do conhecimento, em especial a mostra científica e o sarau; o Provão, uma avaliação unificada que toda a escola faz, a fim de verificar as habilidades e competências que o aluno aprendeu, assim como a preocupação com o “estudar” e a postura correta frente às avaliações; a famosa Festa Junina, que é sempre apresentada aos alunos com temas pré-determinados, com o objetivo de unir a escola à comunidade.
Tem também a Festa da Família, projeto lançado em 2018 com o intuito de mudar o olhar da família em relação aos alunos, através de palestras e atividades que envolvam pais e filhos; e, por fim, o Olisamac, que representa o carro chefe de todos os outros. Trata-se das Olimpíadas do Santos Amaro da Cruz. O projeto é dividido em três espaços (sala de aula, pátio e quadras) e ocorre em outubro, valorizando a relação entre professor e aluno em uma competição sadia, onde cada classe e cada período agrega valores, comportamentos, atitudes e poder de trabalho em equipe.
Há tantos anos como diretora, não se pode mensurar o carinho que Sonia sente pela SAMAC. Mas, essa história junto à unidade escolar começou a ser trilhada há muito mais tempo. Acontece que antes de ser diretora efetiva da escola, Sonia foi também vice-diretora e diretora designada no período de 1997 a 2003. Antes, ainda, no ano de 1987, Sonia entrou para o quadro de funcionários como professora efetiva de Português. E, como você leu anteriormente nesse texto, essa história ‘começou a ser trilhada há muito mais tempo’, entre 1973 e 1977, quando Sonia Cruz estudou o antigo ginasial (da 5ª à 8ª séries) na E.E. Santos Amaro da Cruz.
De aluna a diretora, se passaram 45 anos de muitas histórias e aprendizado. Por ser estudante aplicada, Sonia Gomes Cruz se formou em Letras pela São Judas Tadeu, e, posteriormente, fez a segunda graduação em Pedagogia, pela universidade de Guarulhos. Iniciou a profissão de educadora em outras escola estaduais e também da rede particular, até que fincou raízes na SAMAC.
Quando professora, “marcou-me muito o fato de trabalhar com meus alunos a leitura de livros infanto-juvenis. Como eram poucos exemplares, na época, praticamente seis por título, havia um rodízio de leitura e cada grupo apresentava a história que leu aos colegas. Eles criavam textos com outros finais, e a pior redação era datilografada, impressa e corrigida com toda a turma”, relembra a educadora. Ela enfatiza que desenvolvia nesta atividade inúmeros conceitos de Língua Portuguesa, além de ter a oportunidade de ser a professora de seu irmão caçula e daquela que viria a ser sua futura cunhada.
Na época em que desempenhava as tarefas da vice-diretoria, Sonia relembra que a escola SAMAC participou de inúmeros campeonatos de handball. Em alguns deles, os alunos foram campeões, inclusive. A maioria dos alunos atletas era muito carente, com isso festas aconteciam com a finalidade de levantar verba para que os mesmos pudessem viajar. “O incentivo era primordial e os alunos sentiam isso através de alguns professores e direção. Hoje, duas dessas alunas, que são irmãs, fazem parte também da minha família. Uma é a nossa enfermeira padrão e a outra nossa advogada.
O dia-a-dia no cargo de diretora nem sempre é fácil. Afinal, Sonia coordena uma equipe com 110 funcionários. Segundo ela, é necessário misturar personalidades e ser de tudo um pouco, a seu momento, “compreensiva, ditadora, mãe, amada e odiada, muitas vezes. Mas, não se pode perder a visão de onde chegar. Formar uma escola que seja um sonho para ser lembrado por cada aluno”, completa.
A escola Santos Amaro da Cruz é bem vista pela comunidade escolar. Segundo alguns, é a melhor da redondeza. Boa parte dessa relação foi construída a partir do direcionamento de Sonia Gomes Cruz, e pensar num final é, nesse momento, algo que não se cogita. Sonia afirma que até o dia da aposentadoria chegar obedecerá a lei da vida e continuará trabalhando até quando aguentar e precisar. “Pertenço a esta comunidade e procuro fazer o melhor para todos: formar o aluno para que ele tenha condições de trilhar seu espaço na sociedade”, conclui Sonia.