Preservar a memória é uma das formas de construir a história. É pela manutenção dessa memória, que nos últimos 32 anos se comemora, no dia 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra. Na data em homenagem a Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares, que se transformou em ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade, a Escola Estadual Solano Trindade promoveu um grande projeto pedagógico.
A escola dedicou uma semana inteira ao projeto que culminou com um desfile da beleza negra. Para a preparação da semana, os alunos dividiram as atividades. Coordenados pelos professores, eles trabalharam diversos temas, como escravidão, preconceito e discriminação; culinária e vestimenta; música; estatísticas da inclusão do negro em diversos setores da sociedade; artistas internacionais; momento Hip Hop; poemas e poesias; ensaios com um grupo de dança black; debate; discussão e teatro.
Durante a semana de trabalhos, foram exibidos diversos filmes voltados para o tema. Entre os nomes estavam O meu nome é rádio, Olhos azuis, A espera de um milagre, Duelo dos Titãs e Ao mestre com carinho. No dia 17, houve um debate sobre os filmes e entrega de relatórios. No dia 18, apresentação de teatro, paródias e danças e, pra encerrar a semana, o desfile Fashion Week.
O convite de apresentação do desfile trazia a estampa do projeto com a frase de Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta”.
“A iniciativa da escola foi mostrar a diferença e a luta pela visibilidade da discriminação”, disse o coordenador pedagógico da escola, Crispim Alves.
A iniciativa da escola Solano Trindade culmina com a proposta pedagógica da Secretaria de ampliar a discussão e incluir no currículo escolar a ampliação do programa São Paulo: Educando pela Diferença para a Igualdade que deverá capacitar até abril do ano que vem, 3.200 educadores que deverão multiplicar os conhecimentos no sentido de enfrentar a questão da discriminação e tornar o ensino afro uma ação educativa ampla dento da rede pública estadual.
Luciane Salles