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sexta-feira, 13/04/2018
Boas Práticas

#DiaDoJovem: juventude protagonista está presente nas escolas da rede estadual

Os jovens representam um quarto da população nacional, o que indica esperança de um mundo melhor

Em 13 de abril se comemora, no Brasil, o Dia do Jovem. E, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o país tem 50,5 milhões de pessoas com faixa etária entre 15 e 29 anos. Isso representa, cerca de, 25% de sua população formada por jovens.

Para Sócrates, um filósofo que viveu no período da Grécia Antiga, ‘o que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter’. E, ao que tudo indica, a rede estadual está cheia de exemplos de uma juventude sadia. Vamos, então, relembrar quatro projetos desenvolvidos por estes protagonistas.

Jovem combate evasão escolar

Um problema sério e recorrente em todas as redes de ensino do país é a evasão escolar. Segundo relatório da UNICEF – Fundo das Nações Unidas pela Infância e Adolescência, no Brasil existem mais de 2 milhões de crianças e adolescentes que deixaram de estudar. Pensando em reverter a situação, um grupo de alunos gremistas da E.E. Professor José Sanches Josende, liderados por seu presidente na época, o Gustavo Costa do Santos Souza, começou a buscar, em casa, todos os estudantes que não voltavam das férias.

A iniciativa de resgatar esses alunos e essas alunas deu tão certo que, além de conseguirem fazer com que, cerca de, 90% dos evadidos voltassem, eles conquistaram até a mãe de um desses alunos, que decidiu recomeçar os estudos e se formar no Ensino Médio juntamente com o filho.

“O projeto surgiu porque estava tendo muita evasão. Nós verificamos e havia o risco de fechar salas, então resolvemos travar uma batalha”, conta Gustavo Costa dos Santos Souza. Segundo ele, “esses alunos que retornam são os que mais se destacam dentro da sala de aula”, completa.

Jovens criam dispositivo para auxiliar deficientes visuais

A bengala é hoje o maior auxílio de deslocamento para pessoas com deficiência visual. No entanto, o aparelho está bem próximo de ser substituído por um outro, mais tecnológico e que representa o futuro: o Dispositivo Sensorial de Auxílio à Mobilidade, o DSAM.

O DSAM, criado por alunos da eletiva de Robótica da E.E. Dr. José Marcondes de Mattos, em Taubaté, ainda está no seu segundo protótipo, mas já rende resultados. Trata-se de um par de óculos com um sensor que emite um sinal sonoro quando o portador do aparelho se depara com algum obstáculo. O principal avanço, em relação à bengala, é que o DSAM possibilita mais autonomia do deficiente visual nas suas atividades cotidianas, pois identifica objetos localizados acima do solo, prevenindo assim os acidentes.

O Dispositivo Sensorial de Auxílio à Mobilidade foi desenvolvido pelos alunos Marcos Henrique de Souza Toledo, 16, Estefano Enrico Pereira da Silva e Lima, 15, e Sebastião Guilherme Junior, 16, orientados pelo professor de Física Ednilson Luiz Silva Vaz.

Sebastião Guilherme Junior lembra que o trio tinha uma ideia de mais ou menos o que fazer, mas não sabia como chegar lá. “A gente lembrou do sensor de ré dos carros e fomos por esse caminho. Tínhamos uma noção básica de como funcionava, e com a orientação do professor a gente foi aprendendo mais sobre o dispositivo”, acrescenta.

Na unidade escolar, o aluno Lincoln Lino Floriano, 17, que nasceu portador de deficiência visual, se prontificou a testar os protótipos. Segundo ele, “os óculos dão total segurança. A bengala não dá. Se eu ando com ele na calçada ele emite um sinal, aí eu estendo a mão e sempre tem um objeto”, exemplifica.

Jovens trabalham na despoluição de ponto turístico da cidade

A juventude que forma a rede estadual paulista de ensino também se liga no Meio Ambiente. Estudantes da E.E. Zezinho Portugal, que fica na cidade de Guaíra e pertence à DE Barretos, trabalham na despoluição do lago Maracá, localizado no centro da cidade. A iniciativa pegou os moradores de surpresa, que ficaram maravilhados com o resgate de um dos pontos turísticos promovido pelos jovens munícipes.

A prefeitura e uma rádio local decidiram que entrariam como parceiras. Com isso, todo o material utilizado para depositar o lixo descartado irregularmente e a divulgação das atividades ficaram garantidos.

Raissa Teixeira Ferreira, aluna da unidade escolar, lembra que “não tem muito tempo que o lago era limpo. A poluição foi chegando e as pessoas não faziam nada para colaborar. Aí juntou muito lixo, o que está dando um certo trabalho para limpar. Mas, nós já tiramos muito material, e eu posso dizer que estamos no meio caminho”, comemora a jovem.

Jovem cria projeto de lei sobre a valorização da mulher

Apaixonada por política e relações públicas, Raphaele Godinho Anselmo vive na cidade de Mairinque, interior de São Paulo. Ex-aluna da Escola de Tempo Integral Prof. José Pinto do Amaral, a jovem de 17 anos revela que na unidade de ensino desenvolveu habilidades para se expressar e defender o seu ponto de vista. Com isso, participou do Parlamento Jovem Paulista (2016), Parlamento Juvenil do MERCOSUL (2016-2018) e Embaixadores Inspira Sonho (2018).

A sua primeira contribuição para um Brasil melhor e mais igualitário vem da criação do projeto “Resgatando e Valorizando a Mulher”, que trata sobre questões de gênero e representatividade feminina. O trabalho consiste em realizar eventos, especialmente em escolas, para levar informações sobre a importância da mulher na literatura, matemática e estudos, por exemplo, cuja presença masculina é superior à de mulheres.

“Eu observei que as meninas passam a se envolver menos com matérias de exatas quando não têm acesso a figuras de mulheres que também atuam nessas áreas. A escolaridade feminina quase sempre oscila em virtude do casamento e maternidade, por exemplo, e as taxas de violência contra a mulher só aumentam”, disse.

Seu projeto virou artigo da edição de outubro de 2017 da internacional Change Magazine, que circula em países asiáticos como China, Tailândia e Japão. O desempenho e o baixo custo para aplicar a atividade na comunidade chamou a atenção da revista, que preza pelo desenvolvimento e boas ações ao redor do mundo.