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quarta-feira, 24/07/2024
Ensino Fundamental

Dignidade íntima: Educação de SP deposita R$ 19,4 milhões na conta das escolas para compra de absorventes

Programa tem como objetivo entregar produtos de higiene menstrual a estudantes, principalmente em situação de vulnerabilidade, e evitar faltas

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) depositou nesta quarta-feira (24) R$ 19,4 milhões na conta de mais de 4.276 escolas estaduais para a compra de absorventes para o programa Dignidade Íntima. O valor deve ser utilizado para a disponibilização dos produtos de higiene íntima pessoal às alunas  da rede, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade.

O programa Dignidade Íntima tem o objetivo de combater a pobreza menstrual e seu impacto na educação, sobretudo na ausência de estudantes e na evasão escolar.

O repasse da verba para o Dignidade íntima é realizado por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). O recurso, enviado pela Seduc às unidades escolares, é gerenciado pela Associação de Pais e Mestres. O PDDE disponibiliza recursos financeiros adicionais a fim de fortalecer a comunidade e as ações das escolas.

Empatia e equipamento exclusivo em Campinas

Na Escola Estadual Tenista Maria Esther Andion Bueno, localizada em Campinas, uma parceria com um ex-estudante possibilitou a criação de uma máquina que dispensa os absorventes e oferece às alunas privacidade na hora de retirar os ítens de higiene menstrual. Localizada na periferia da cidade do interior, no bairro Cidade Satélite Íris, o programa, atrelado ao equipamento, permitiu à escola atender quem precisava de absorventes sem que essas pessoas necessariamente precisassem acessar a secretaria da escola.

Antes da implantação do equipamento, mesmo com os recursos do PDDE para a compra dos absorventes, o diretor da escola, professor Arnaldo Silva, notou que muitas alunas tinham vergonha de pedir o absorvente à gestão e continuavam faltando às aulas durante o período menstrual. Foi aí que o diretor viu a necessidade de dar a elas autonomia e protagonismo na entrega dos absorventes. “Conversei com as alunas da escola, com as professoras e demais servidoras, no sentido de pensarmos uma forma delicada e de entregar os absorventes para as alunas. Apresentei a elas a ideia de construirmos na escola uma máquina de absorventes nos moldes das máquinas de café, de refrigerantes”, explica.

Com um mecanismo que envolve robótica e tecnologia maker, o engenheiro Diego Paixão, ex-aluno da unidade, construiu a máquina em quatro meses. Para retirar os absorventes, cada aluna conta com um cartão magnético, que é lido pelo equipamento.

Neste mês de julho, a máquina passa por manutenção preventiva para voltar a atender as alunas na volta às aulas. Para o período de férias, estudantes puderam retirar os absorventes no mês de junho.