Fundada em 1894, a EE São Paulo, originalmente denominada Gymnasio do Estado de São Paulo, é uma das mais antigas do estado. Sendo o primeiro ginásio instalado na cidade de São Paulo, a escola começou a funcionar nas dependências da Pinacoteca do Estado, no bairro da Luz. Passou por vários endereços e desde 1958 ocupa um espaço amplo no Brás, centro da capital paulista.
“Eu dizia que a escola era nômade e cosmopolita; não tinha comunidade no seu entorno”, define Maria Tereza Veneziani Sbrana, diretora aposentada que atuou na unidade entre 1984 e 2010. Ela conta que, em 1932, a escola ficava em frente a um quartel na rua Frederico Alvarenga e os alunos foram levados para a rua São Joaquim, para evitar confrontos com os soldados, até terminar a revolução.
Muitas personalidades já passaram pela escola e Maria Tereza menciona algumas: Cásper Líbero, Vladimir Herzog, Carlos Spera, Lourenço Diaféria, Carvalho Pinto, Hélio Bicudo, Orígenes Lessa, Paulo Setúbal, Maria Adelaide Amaral e Francisco Cuoco. “Enfim, a lista é grande. Eu dizia que as histórias do Brasil e de São Paulo passaram por essa escola.”
Intervenções e PEI
Em março de 2019, a FDE concluiu obra de restauro na EE São Paulo, com reposição de peças e materiais, substituição de piso de porcelanato para sala de ensaio e mezanino, entre outras melhorias.
Segundo o supervisor Fábio César Severino, diretor da unidade de 2017 a 2020, a escola enfrentou vários problemas, mas, graças ao Programa de Ensino Integral (PEI) e parcerias com entidades privadas, comunidade, Polícia Militar e associações, além do apoio da FDE e da Seduc, a unidade tem superado suas metas nas avaliações externas, com índices em mais de 120% a cada ano.
“É inegável todo o patrimônio histórico que a EE São Paulo traz para nosso país, e o que isso corrobora para a educação pública. Porém, é visível que os desafios encontrados por ela, no momento atual, se assemelham com desafios encontrados por grande parte das escolas públicas. Sendo assim, acredito que a EE São Paulo possa hoje ser um incentivo para aquelas que desejam, o que outrora desejamos um dia”, completa Fábio.
Para a vice-diretora da unidade, Maria Claudia Dente Volpe Sentino, o PEI prepara os jovens do ensino médio para a vida e para uma carreira profissional. “Não é só uma escola em si, não é só um prédio antigo maravilhoso, é uma escola que vem há anos desenvolvendo um belíssimo trabalho. Tenho um prazer enorme em trabalhar e fazer parte da equipe”, disse.