Em 2025, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) vai dobrar o número de atendimentos nas escolas da rede estadual para os estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD). Dos aproximadamente nove mil alunos atendidos em 2024, a rede passará a atender quase 20 mil estudantes, em um investimento de R$ 135 milhões.
O número de profissionais para o atendimento TEA/TGD passou de 20 mil para 29 mil entre 2023 e 2025. Entre as mudanças feitas pela Secretaria da Educação que permitiram a expansão, estão a contratação de aproximadamente dois mil professores do programa ensino colaborativo em 2024 e a contratação de três mil profissionais de apoio escolar (PAE -AE) que acontecerá em 2025.
O professor do programa ensino colaborativo, especializado em educação especial, será dedicado aos processos de atendimento e desenvolvimento destes estudantes. Os profissionais de apoio serão responsáveis pelo suporte à execução das atividades escolares e por minimizar obstáculos de comunicação e interação com os colegas.
Para a consultora Paula Oliveira, contratada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) para o projeto de expansão, um dos principais desafios que envolvem a pasta está no entendimento acerca das necessidades específicas de cada um destes estudantes. “Integrar não é incluir, e o objetivo da Secretaria é o de incluir efetivamente esses alunos, para que cada um deles possa se desenvolver do ponto de vista pessoal e pedagógico”, afirma.
De acordo com o secretário-executivo da Seduc-SP, Vinícius Neiva, o atendimento ao aluno vai melhorar com as mudanças . ”Além de continuar a ser atendido pelo cuidador e pelo profissional de apoio, o estudante também poderá contar com mais um professor especializado, de ensino colaborativo, dedicado ao seu desenvolvimento”, explica o secretário.
“Permanecemos considerando como premissa o nível de suporte dos estudantes em ambiente escolar e, portanto, os estudantes que dependem de maior apoio permanecem sendo atendidos com maiores cuidados, comenta Paula.
Atendimento especializado para todos
Para a professora Maraína Ozório, que já ocupou cargos de coordenação e direção na rede escolar, e hoje atua na Seduc-SP, liderando projetos de Educação Especial, as medidas do governo vão garantir que todos os alunos elegíveis tenham acesso à educação especial no estado. “É o fim da judicialização, estamos no caminho para garantir atendimento especializado para todos”, afirma
Além das contratações, a Seduc-SP atualmente desenvolve um projeto piloto para ampliação de escolas 100% inclusivas no Estado. Até o final da gestão todas as unidades da rede estadual contarão com material pedagógico e de apoio unificados, atendendo aos três níveis de suporte do espectro, com salas de recurso equipadas e específicas, além de mais profissionais especialistas qualificados para esse atendimento. “Uma conquista para todos os professores dedicados à causa e para nossos alunos. Esse trabalho será, sem dúvida, um marco na educação”, finaliza Maraína.
Formação para professores
A partir desta segunda-feira (20), a Seduc inicia as primeiras reuniões para um projeto de formação de professores. O objetivo é desenvolver estratégias que garantam inclusão e acesso a um ensino de qualidade, além de capacitar os profissionais multiplicadores da inclusão. A iniciativa tem como parceiro a Turma do Jiló, organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua nas escolas para implementar e garantir a educação inclusiva.