Secretaria da Educação do Estado (Seduc-SP) dá sequência à formação para implementação do Novo Ensino Médio. A programação sobre a proposta, que começa neste ano com estudantes da primeira série, reuniu dirigentes, supervisores, diretores do núcleo pedagógico e outros profissionais de todas as 91 Diretorias de Ensino (DEs), durante terça e quarta-feira (8 e 9), no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Entre outros pontos, foram abordados legislação, histórico de diálogos com estudantes e professores, benefícios para acesso ao ensino superior, carga horária, itinerários formativos, cronograma e manifestação de interesse. O Novo Ensino Médio aproxima os estudantes das transformações da sociedade e do mercado de trabalho, por meio de um currículo mais flexível. A proposta considera, em especial, três frentes: o desenvolvimento do protagonismo e do Projeto de Vida dos estudantes, a valorização da aprendizagem com a ampliação da carga horária de estudos e a garantia de direitos de aprendizagem comuns.
A importância do evento foi comentada pelo secretário estadual da Educação, Rossieli Soares. “O ensino médio tem que ir além de preparar para o vestibular. Precisamos, enquanto rede, incentivar novos olhares, percepções, aptidões individuais em toda a trajetória de aprendizagem dos estudantes”, declarou. Em 2018, aliás, Rossieli, então ministro da Educação, foi o responsável pela homologação da etapa do ensino médio na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Ainda sobre o ensino superior, recente escuta realizada junto aos estudantes apontou que “preparação para o vestibular” foi a terceira preferência estudantil (21,8%), atrás de “estudar as disciplinas que mais gosta” (33,2%) e “ingresso no mundo do trabalho” (59,8%).
“Sonhos em movimento”
Presente na formação, Maria Beatriz Oliveira, dirigente em São José dos Campos, analisa o Novo Ensino Médio como “um marco para a educação brasileira”. Ela destacou o papel dos itinerários formativos, que possibilitam os alunos aprofundarem conhecimentos, conforme seus interesses, e a força do componente Projeto de Vida. “Assim, podemos incentivar os estudantes a pensarem sobre futuro. É uma preparação para o mercado de trabalho, para a vida e para enfrentar os desafios do século 21. É como se a gente colocasse os sonhos dos nossos alunos em movimento”, disse.
A trajetória antes da implementação foi relembrada pela equipe da Seduc-SP, como a discussão da necessidade de mudanças no currículo, por meio de consultas virtuais e presenciais. “Com os insumos dos alunos e professores, pudemos construir um material formativo para dar apoio durante esse processo de implantação”, afirmou o coordenador pedagógico, Caetano Siqueira. Já o coordenador de Ensino Médio, Gustavo Mendonça, reforçou o trabalho de formação. “Temos o objetivo de auxiliar a todos nessa transformação da educação paulista”, disse.
Na manhã de terça-feira, quatro estudantes participaram de uma roda de conversa com o secretário Rossieli e falaram sobre Projeto de Vida, hoje presente no currículo de todas as escolas de anos finais e ensino médio, por meio do Inova Educação, que também propõe outros dois componentes: Eletivas e Tecnologia e Inovação. Entre eles, o aluno Jean Kevin, da Escola Estadual Benedito Miguel Carlota, em Caraguatatuba. Ele descobriu uma vocação através do componente curricular: ajudar outras pessoas. Hoje, na 3º série, Jean mantém um perfil no Instagram (@resumos_cmsp_3) e um site com resumos dos conteúdos compartilhados nas aulas do Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP).
Já a aluna Rafaela Mainetti, da Escola Estadual Professor Milton da Silva Rodrigues, na zona norte de SP, revelou que conseguiu compreender e identificar sua paixão pela música depois de participar da Eletiva de audiovisual. A aptidão se transformou num projeto de vida, e hoje ela ensina canto a outros estudantes, além de se preparar para uma carreira na área de produção musical.
Mais sobre o Novo EM
A proposta permite escolhas, autonomia e engajamento aos estudantes, além da conclusão da Educação Básica com mais preparo para os desafios do futuro. O Novo Ensino Médio será dividido em duas partes, que se complementam: a Formação Geral Básica (FGB) e o Aprofundamento. Na FGB, todos os estudantes terão acesso aos mesmos direitos de aprendizagem, de todas as áreas de conhecimento. Já no Aprofundamento, o estudante pode escolher a área ou as áreas integradas que mais dialogam com o seu projeto de vida.