A escola estadual Padre Tiago Alberione descobriu no teatro uma importante ferramenta pedagógica e tem levado isso aos alunos do ensino médio noturno. O projeto, aplicado durante o ano letivo, permite que os estudantes trabalhem a arte da representação com base em obras de autores como Machado de Assis, José de Alencar, Eça de Queirós, Aluisio de Azevedo e Camilo Castelo Branco
Este ano, os temas escolhidos foram “As diversas leituras do Mundo” e “Adaptação de obras da Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa”. Auxiliados pelos professores, os estudantes elaboram textos, decidem sobre o figurino, constroem as personagens e, aos poucos, vão montando o espetáculo.
O projeto é trabalhado em diversas disciplinas e conta com a participação de professores de língua portuguesa, psicologia, biologia, inglês e artes. “A participação de todas as disciplinas curriculares valoriza muito mais o trabalho, pois o aluno percebe que será observado por todos e que esta ação no conjunto enriquecerá tanto o trabalho docente quanto o desenvolvimento intelectual dos jovens”, destaca a professora Rosângela Tavares.
A aplicação da linguagem teatral como método de ensino começou a ser desenvolvida pela escola em 98 e tem como base os conteúdos apresentados nos planejamentos. Professores de Língua Portuguesa decidem sobre os gêneros literários trabalhados e distribuem os temas entre os alunos do 2º e 3º ano do ensino médio, que passam a atuar como diretores, escritores, figurinistas, cenógrafos e sonoplastas.
“Através dessa divisão de tarefas os alunos vão montando o espetáculo, além de aprimorar outras habilidades com a escrita, a interpretação e a dramatização, construção da personagem e do desenvolvimento do trabalho em equipe”, explica o diretor Wanderlino Araújo .
O Projeto conta hoje com a participação de 720 estudantes, divididos em 15 grupos. “O sucesso foi tanto que no final do ano decidimos promover um Festival de Teatro. As apresentações ocorrem no mês de novembro e reúnem alunos e a comunidade. Temos muitas vezes revelações maravilhosas, pois eles acabam mostrando através das personagens aquilo que muitas vezes não conseguimos observar na sala de aula”, conclui o educador.
Renata D’Angelo