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segunda-feira, 22/05/2006
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EE Rodrigues Alves é restaurada e se destaca na Avenida Paulista

Um dos mais antigos símbolos arquitetônicos da Avenida Paulista, volta a brilhar com a mesma beleza das construções que compunham o cenário de São Paulo no início do século XX. […]

Um dos mais antigos símbolos arquitetônicos da Avenida Paulista, volta a brilhar com a mesma beleza das construções que compunham o cenário de São Paulo no início do século XX.

Totalmente restaurado, o prédio acaba de ser entregue à comunidade após um longo trabalho de recuperação das fachadas, pisos e revestimentos internos. O projeto, realizado em parceria com a iniciativa privada, contou com investimento de R$ 4 milhões e levou quase dois anos para ser concluído.

A entrega da obra aconteceu no último domingo, 21 de maio, ao som do hino nacional apresentado pelo Coral de alunos da escola e contou com a presença da secretária de Estado da Educação, Maria Lucia Vasconcelos que, ao representar o governador Cláudio Lembo, parabenizou os representantes do Banco Real, que colaboraram na parceira e patrocínio do projeto.

“As instituições não existem por si. Elas existem pelas pessoas que as fazem e este é um exemplo raro de que parcerias entre a iniciativa privada e o poder público podem acontecer em benefício da população”, disse.

A secretária destacou também a importância da obra para a recuperação da história do município “ao restaurar esta instituição de ensino, o Banco Real contribuiu também para mais um marco desta avenida que é considerada hoje um símbolo da cidade”.

No final da cerimônia, os alunos entregaram ao presidente da instituição, Fábio Barbosa, trabalhos de pesquisa e desenhos da escola, resultado de um programa pedagógico realizado durante o período de restauração do prédio. “Essa parceria com a Secretaria da Educação não tem apenas o objetivo de fazer uma escola melhor. Ela mostra que se cada um fizer a sua parte teremos escolas melhores, cidades melhores, estados e um país também”, disse o presidente durante a homenagem.

Fábio Barbosa falou também da necessidade de valorizar a cultura e a educação “um projeto como esse tem um lado cultural importante, mas também tem um lado educacional, tão importante ou mais, que está relacionado ao fato de oferecer melhores condições na escola, pois um bom ambiente também contribui para o aprendizado”, disse.

O projeto, dividido em três fases, contemplou a restauração geral do prédio, tombado pelo Condephaat há 21 anos. Toda a obra foi realizada por meio das Leis de Incentivo Fiscais Municipal e Federal, sem ônus para o Estado. Um painel exposto na escola ilustrou todo o processo de restauração da Rodrigues Alves, que hoje está entre as 150 escolas tombadas pelo Estado. Outras 30 estão em processo de tombamento.

Restauro: A primeira fase, iniciada em julho de 2003 e concluída em junho de 2004, incluiu o restauro das fachadas, impermeabilização, recuperação dos gradis e da cobertura, tratamento paisagístico e recuperação das esquadrias. Foi feito ainda um trabalho de conscientização sobre a importância histórica e cultural do bem tombado, junto a professores, alunos, funcionários e pais.

Já a segunda fase, iniciada em maio e concluída em setembro do ano passado, cuidou da proteção contra os cupins, e da reforma das instalações elétricas e hidráulicas, telefonia, iluminação e segurança. Novamente, a educação patrimonial esteve em pauta por meio de uma oficina de restauração em madeira para os alunos da escola.

Na terceira fase, iniciada em julho do ano passado, o trabalho continuou com o restauro dos pisos e forros, restauração dos revestimentos internos e da pintura interna, iluminação, complementação e adequação das instalações prediais, construção de novos sanitários, incluindo os de portadores de necessidades especiais; elevador, readequação das áreas externas do prédio com tratamento paisagístico e pisos, e nova cobertura de interligação entre as duas edificações

Uma das curiosidades que envolveram o trabalho está relacionada à pintura: como no Brasil não havia nenhuma empresa que fabricasse a tinta com a mesma textura e o mesmo brilho da época em que o prédio foi construído, a tinta precisou ser importada de uma fábrica na Itália.

Parceria

A Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligada à Secretaria de Estado da Educação, prestou apoio técnico nas áreas de projeto e obra; A Formarte – Projeto, Produção e Assessoria Ltda fez a captação de recursos por meio das leis de incentivos fiscais; e a Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia cuidou da execução do restauro. Tudo com o patrocínio do Banco Real.

História

A escola, localizada no número 227 da avenida mais famosa do país, foi projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, em 1909, mas teve suas atividades educacionais iniciadas em 1919. Treze anos depois, serviu de abrigo aos integrantes da Revolução Paulista para depois voltar a funcionar como instituição de ensino.

Com o passar dos anos o edifício sofreu a ação do tempo, colocando em risco a beleza arquitetônica do local. Após as obras de restauração, o prédio conseguiu resgatar todos os aspectos do período da sua inauguração.

Atualmente atente todas as séries do ensino fundamental e o curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno. Em 1992, para atender a demanda escolar da região, foram abertas duas classes de alfabetização de adultos, mantidas até 1996. Desde o início dos anos 90 a Rodrigues Alves forma cerca de 500 alunos por ano.

Estudam hoje na unidade 2.185 alunos distribuídos em 55 classes. Com 72 professores, a escola dirigida por Ivete Mitiko Sunamoto conta com laboratórios de Informática, Ciência e outros, além de sala de leitura, videoteca e sala de TV e Vídeo.