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quarta-feira, 29/01/2025
Notícia

Em Indiana, no interior de SP, aluno do intercâmbio do Prontos pro Mundo encantou toda a cidade antes de seu embarque

Rodrigo Vagago Fabri, de 17 anos de idade, está em voo que partiu de Guarulhos na tarde de hoje levando 43 no primeiro embarque para a Nova Zelândia

Na pequena cidade de Indiana, no interior de São Paulo, com pouco mais de 5.000 habitantes, um jovem de 17 anos de idade impactou grande parte da população após ter sido selecionado para um intercâmbio de três meses na Nova Zelândia. Rodrigo Varago Fabri, estudante da Escola Estadual Professora Maria Ernestina Natividade Antunes é um dos 43 alunos selecionados pelo Programa Prontos pro Mundo que embarcaram nesta terça-feira (28) com destino ao país da Oceania. 45

“Meu coração acelerou na hora que recebi a notícia de que ele havia sido selecionado para o intercâmbio”, contou Leila Varago Fabri, mãe de Rodrigo. Professora de educação infantil, ela sempre esteve envolvida na educação dos filhos, mas nunca imaginou que um deles teria a oportunidade de cruzar oceanos. “Nunca passou pela nossa cabeça que isso seria possível. Financeiramente, estava fora dos nossos planos”, diz a mãe.

Rodrigo lembra exatamente como foi o momento em que recebeu a notícia na escola. “Eu tinha achado a prova muito difícil, então estava meio desacreditado. Quando a coordenadora me chamou, foi uma surpresa enorme”, lembra. Neste momento, ele já sabia que teria que convencer os pais a autorizarem a viagem. “Desde que eu soube do lançamento do programa pela Secretaria da Educação, em todo almoço de família eu perguntava se eles deixariam, caso eu fosse selecionado. Meu pai me dizia que não me deixaria viajar, mas que era pra eu fazer a minha parte e estudar”, continua Rodrigo.

“Nós tivemos medo no começo, mas aos poucos, com as reuniões, as orientações e a presença dos representantes do programa na nossa região, confiamos no processo”, afirma Leila.

O apoio da comunidade foi essencial. Em uma cidade pequena, onde todo mundo se conhece e a família é formada por mãe e avós professores, os moradores e parentes logo se mobilizaram para ajudar. “Ganhei um notebook de um tio, uma mala, e até a farmácia me ajudou. Do restaurante da cidade, ganhamos um almoço de despedida com a família toda no fim de semana”, conta o estudante.

Como a família gostaria de se despedir do estudante em Guarulhos, mas tem um carro simples que, segundo Leila, não aguentaria as malas e a estrada, eles também contaram com apoio do padre da cidade, o Luiz Carlos Furini, que ofereceu uma carona até o aeroporto e levará os pais de volta a Indiana.

Para Rodrigo, o intercâmbio é mais do que uma viagem; é um divisor de águas. “Eu nunca imaginei fazer intercâmbio. Moro em uma cidade pequena, onde essas coisas não parecem possíveis. Mas, aos poucos, fui acreditando. É a maior oportunidade da minha vida”, afirma ele, que já pesquisou tudo sobre a Nova Zelândia.

O jovem vai morar em Ashhurst, uma cidade de 3.000 habitantes em uma família formada por uma mãe e dois filhos, de 12 e 14 anos de idade, e estudar em Palmerston North, em uma escola de 1.700 alunos. “Lá só tem meninos, e o uniforme parece o de Harry Potter”, diz Rodrigo, rindo. Ele também está empolgado com as matérias que poderá escolher, como fotografia, artes cênicas e tecnologia. Além disso, já foi integrado ao time de vôlei pelo diretor da escola neozelandesa.

Rodrigo já sabe que na escola nova não há refeições gratuitas, como acontece em sua escola estadual. “Aqui temos o privilégio de receber comida oferecida pela Secretaria todos os dias. Lá eu terei que pagar a cantina, ou levar marmita de casa”.

O estudante também está empolgado pelos passeios que fará com a família. “A minha mãe de lá disse que irá me levar para conhecer Rotorua, uma cidade com presença forte de indígenas e Wellington, a capital da Nova Zelândia, para o zoológico e o museu”, avisa.

Apesar do entusiasmo, a despedida foi emocionante. Leila, o pai de Rodrigo, o Leandro, e o padre estavam no local. “Nunca ficamos longe por tanto tempo. O máximo foi um acampamento de quatro dias pela igreja e ainda minha mãe tem dois filhos que saíram de casa recentemente, porque meu irmão de 23 anos se casou no dia 4 de janeiro”, lembrou ele. Mas Rodrigo está preparado. “Estudar abre portas que a gente nem imagina. Meu conselho para outros jovens é: estudem o máximo que puderem, porque isso pode levar vocês a lugares que nunca sonharam.”