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quinta-feira, 20/09/2018
Ensino Médio

Em Jundiaí, jovens da rede têm palestra sobre história e cultura do povo negro

O escritor e historiador Natanael dos Santos busca levar ensinamentos e informações a fim de suprimir preconceitos

Se muitos conceitos enraizados na sociedade fossem revistos e modernizados, teríamos cidadãos muito mais tolerantes e empáticos. É por esse motivo que a palavra “preconceito” sugere convicções e valores pautados muitas vezes na falta de informação.

Racismo hoje é crime, mas muitas denúncias ainda percorrem país afora. Pensando nisso, ensinar desde cedo e garantir o acesso à história da cultura negra é a ferramenta mais efetiva para combater a natureza de qualquer preconceito.

É esse o instrumento de trabalho de Natanael dos Santos, historiador, escritor e um dos fundadores do Núcleo de Estudo Afro-brasileiro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Com discurso enérgico e incisivo, Natanael percorre diversas instituições ministrando palestras referentes à contribuição do negro na nossa sociedade.

“Em minhas palestras, eu falo sobre o biotipo do negro e as dificuldades que ele enfrenta na sociedade. Por que o cabelo é tão crespo? Por que tem o lábio grosso? Por que a pele é preta? Eu vou explicando essas questões de maneira lúdica com base em informações científicas”, afirma.

Explorando o desconhecido

Na última terça-feira (18), o palestrante esteve em Jundiaí para uma roda de conversa com jovens das Escolas Estaduais Coronel Siqueira Moraes e Conde do Parnaíba, ambas pertencentes à Diretoria de Ensino do município.

O encontro aconteceu no Clube 28 de Setembro, o terceiro clube mais antigo do Brasil construído exclusivamente para negros. Na ocasião, estiveram presentes mais de 420 alunos e 15 professores das escolas da rede.

“A parceria com o Natanael teve como finalidade repassar essas informações aos nossos alunos. Além disso, ele fala como o bullying com o povo negro é pautado na falta de informação”, comenta a PCNP de Projetos Especiais da Diretoria de Ensino de Jundiaí, Dalva de Oliveira Soares da Costa.

O intuito, dessa forma, foi trazer um outro olhar sobre história da África e o quanto este povo contribuiu para a história da humanidade, desde a sua arte, cultura e tecnologia. Todas elas desenvolvidas há milênios no continente africano e que fazem parte até hoje do nosso cotidiano.

“Eles adoraram. Quando a palestra acabou, uma aluna veio me procurar e me agradecer pela iniciativa. Ela me disse que enxergava essa temática de maneira diferente e que não existem motivos para alguém se achar melhor do que outro”, conta Simone Maria Minutti de Oliveria, vice-diretora da E.E. Coronel Siqueira Moraes

A palestra de Natanael também é caracterizada com roupas e instrumentos africanos. O encontro rendeu boas músicas e bons esclarecimentos sobre a cultura negra.

“São coisas que complementam o que eles estudam em sala de aula. Além de acrescentar para educação, é muito importante para a formação cultural do jovem. Estamos muito satisfeitos com isso”, finaliza a dirigente regional de ensino de Jundiaí, Maria Ludmila Mendes.