Por meio dos projetos Família no Azul e Sonhos Reais, o programa ensina a população a controlar melhor os gastos e a poupar recursos
Colocar as contas em dia, planejar gastos, controlar o orçamento doméstico, conseguir fazer o dinheiro render mais e aprender poupar. Estas foram as lições aprendidas pelo auxiliar radiológico Ricardo Luiz da Silva Lima, 25 anos que, às 10h deste domingo (13/06), receberá o certificado do curso de educação financeira do projeto Família do Azul, realizado por meio de uma parceria entre a Citi Foundation, a ONG Arrastão e o programa Escola da Família em 23 escolas da rede estadual de ensino.
“Estava no vermelho no cartão do crédito e agora já consegui negociar a dívida e a minha situação está começando a fluir melhor. Aprendi a fazer planilha do orçamento doméstico, a controlar os gastos, a negociar e a poupar. É importante saber que nem tudo a gente pode comprar. Antes eu comprava sem pensar nas consequências, às vezes sem necessidade. Hoje sou mais racional e uso o dinheiro com mais critério. Se tudo der certo, acho que em dois ou três meses já estarei no azul. Quero poupar dinheiro para comprar uma casa, um carro”, conta Lima.
Além dele, receberão o certificado de conclusão do curso outras 29 pessoas da comunidade do entorno da Escola Estadual Professora Nair Hiroko Konno Hashimoto, localizada no Campo Limpo (zona sul de SP). E a partir de hoje, uma nova turma de alunos começa a fazer o curso que auxilia as pessoas a usarem o dinheiro com mais parcimônia.
O curso é direcionado a pessoas maiores de 16 anos e ministrado por 60 universitários voluntários e 12 educadores do Projeto Arrastão. O intuito é beneficiar cerca de 2.600 pessoas até o fim deste ano. O curso acontece em três encontros e aborda os temas orçamento familiar, gerenciamento de dívidas e poupança. Cada dupla de multiplicadores atende, em média, 36 pessoas da comunidade. Já fizeram o curso cerca de 300 pessoas em 11 escolas participantes do Programa Escola da Família. As aulas também serão ministradas a partir do próximo mês em outras 12 unidades da rede na capital e na Grande São Paulo.
“Desenvolver projetos que levem as pessoas a gerir conscientemente seu dinheiro é também uma forma de garantir a sustentabilidade do nosso negócio. Buscamos propiciar a elas uma vida financeira equilibrada, desde a organização de orçamento, passando pelo gerenciamento de dívidas e o aprendizado de como poupar”, explica Vanessa Pinsky, gerente de Responsabilidade Socioambiental do Citi Brasil.
Sonhos Reais
Auxiliar a população a gerir melhor suas finanças pessoais e familiares e a saber lidar com o dinheiro de maneira mais consciente é também o objetivo do projeto Sonhos Reais, desenvolvido pelo Programa Escola da Família em conjunto com a Serasa Experian.
Realizado desde agosto do ano passado em sete escolas da rede estadual na zona sul da capital, o projeto já beneficiou diretamente 86 pessoas e indiretamente cerca de 340 pessoas, considerando a média de quatro pessoas por família.
Graças ao conteúdo aprendido durante o curso, o técnico em climatização Hernani Tadeu Pedroso Pequeno, 38 anos, conseguiu economizar e trocar de carro sem fazer dívida. “Consegui pagar à vista, graças ao dinheiro que eu havia economizado. É um alívio não ter aquele talão enorme para pagar. Aprendi a trabalhar com o meu dinheiro, a negociar melhor e a economizar”, diz ele, que participou do Sonhos Reais na escola Dona Pérola Byington, em Americanópolis (zona sul de SP).
No caso da professora Maria Aparecida Cardoso de Souza, 43 anos, que também fez o curso de educação financeira oferecido pelo programa Sonhos Reais na escola Dona Pérola Byington em setembro do ano passado, o resultado foi sair do vermelho. “Na época minha situação financeira estava bem ruim. Eu estava com o nome no SPC [Sistema de Proteção ao Crédito], com dívidas de cartão de crédito e usando o limite do banco, que já fazia parte da minha vida financeira. Quando caia meu pagamento, depois de dois dias eu já estava no vermelho de novo. Eu usava todo o limite do cartão. O curso promoveu uma mudança interna, uma consciência que eu não tinha. Hoje não uso mais o limite do banco, consigo me organizar melhor e uso o cartão de crédito com parcimônia. Não estou acumulando dívidas. Durmo muito mais tranquila. Estou até fazendo uma reforma no meu apartamento. Estou impressionada com o tanto de coisa que estou conseguindo fazer sem dever na praça”, declara Maria Aparecida.
