A Escola Estadual Indígena Aldeia Nimuendaju, localizada no município de Avaí, a 380 km da capital paulista, passou por uma ampla reforma realizada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por meio da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE). Com investimento de R$ 580 mil, a unidade recebeu melhorias na cobertura, instalações elétricas, hidráulicas e na rede de captação de esgoto. Suas esquadrias foram restauradas e os pisos, substituídos.
A escola, que atende 45 estudantes da etnia Guarani Nhandewa em salas multisseriadas, é considerada um marco para a comunidade local e possui um significado especial. “Nimuendaju” quer dizer “A casa sagrada” e também “Casa amarela”, sendo o amarelo a cor símbolo da comunidade. A instituição de ensino faz parte do complexo Araribá, que é constituído de mais três aldeias situadas no mesmo município: Tereguá, Ekeruá e Kopenoti, todas vinculadas à Diretoria de Ensino de Bauru.
De acordo com a supervisora de ensino Ausilene Alves Leal, a reforma proporcionou um ambiente acolhedor, com pintura colorida que contrasta com o forro de madeira, remetendo à natureza e valorizando a cultura indígena. “Com a reforma do prédio, a escola ganhou um espaço alegre e adequado para o desenvolvimento das atividades educacionais”, disse.
O cacique e professor de Língua Indígena e Saberes Tradicionais, Claudino Marcolino, também destacou a importância da reforma para a escola. Além de melhores condições sanitárias e de higiene, a nova estrutura garante mais aconchego para as crianças e condições mais favoráveis de trabalho para os professores. “Hoje temos a escola que sonhávamos, bonita e com mais espaço”, afirmou.
A educação indígena é essencialmente bilíngue: tem a língua materna da comunidade como primeiro idioma e a língua portuguesa como segundo. O artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação define que o ensino fundamental regular deve ser ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. Além das disciplinas da base comum, a matriz curricular inclui Saberes Tradicionais e Língua Indígena. A unidade conta com 15 professores indígenas já graduados ou em formação.
A infraestrutura da escola é uma conquista significativa para a comunidade, com a presença e participação quase diária dos pais e responsáveis nas assembleias que definem as decisões, como a escolha dos líderes da comunidade. “A coletividade é uma marca da cultura dos povos indígenas, que se observa inclusive no processo de educação escolar”, destacou Ausilene.