Quem entra na E.E. Ítalo Betarello, na Zona Norte da capital, é ligeiramente impactado pelo aconchego que as cores no ambiente transmitem. Um dos projetos práticos da unidade prevê a revitalização das paredes da escola no esforço conjunto entre professores e alunos. O ambiente acolhedor faz parte de um conjunto de ações que levou a escola a ser considerada, em 2016, a melhor da capital para os Anos Finais e Ensino Médio, na avaliação do Idesp.
A escola saltou da 5ª posição, em 2015, para a 1ª, em 2016, na avaliação dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e, com os alunos do Ensino Médio, o salto foi maior ainda, passando do 6º para o 1º lugar no ranking, atingido a marca de 6,47 e 6,04, respectivamente. Para o cálculo do Idesp são utilizadas as notas do Saresp (Sistema de Avaliação e Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, além das taxas de aprovação, reprovação e abandono.
De acordo com a professora de língua portuguesa, Lucinir Alves de Oliveira, a escola tem como base teórica o Currículo Oficial do Estado, mas aposta em projetos práticos para tornar as atividades mais dinâmicas. “Com isso, os alunos conseguem um significado maior daquilo que eles estão vendo em sala de aula“, disse.
Para a aluna Nielly Rabetti, as práticas de incentivo à leitura são imprescindíveis para o desempenho favorável na avaliação. Ela lembra que, no ano passado, os alunos preparam uma peça de teatro baseada no livro “O Diário de Anne Frank”, para o projeto “Israel Vive”, que envolveu todos os alunos da unidade em memória das vítimas do holocausto. “Essa atividade fez com que nós desenvolvêssemos a nossa capacidade de interpretação de texto e também a oportunidade de trabalharmos em equipe”, disse.
A ideia inicial de implantar os projetos surgiu com a necessidade de combater a evasão escolar às sextas-feiras no período noturno e faz parte do planejamento desde 2012. “Os professores desenvolveram, cada um na sua disciplina, algum projeto diferenciado. Então, aqui no noturno, por exemplo, a gente tem projeto coral, de dança, de jornal, a gente tem de pintura. Essas pinturas que você vê no ambiente foram desenvolvidas em parceria entre os alunos e a professora de artes”, explicou a professora de sociologia, Aline Gueiros da Silva.
O diretor da unidade, Ariovaldo Guintter, revela que a iniciativa, além de combater a evasão, trouxe também uma outra relação entre alunos, professores e a escola. “Os alunos respeitam os professores e os professores respeitam o aluno. E essa unidade é o que faz dessa escola uma escola de qualidade: um ambiente acolhedor e com afinidade entre todos”, completou.
Ensino Médio avança no Idesp pelo 4º ano consecutivo
Pelo quarto ano consecutivo, o Ensino Médio da rede estadual avançou no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo), em 2016. De acordo com o índice, o ciclo alcançou na última medição 2,30, contra os 2,25 registrados em 2015. A pontuação é também a mais alta desde 2008, quando a Secretaria adotou o indicador de qualidade da educação paulista.
Assim como o Ensino Médio, o desempenho dos Anos Iniciais do Fundamental (1º ao 5º ano) superou a marca anterior. Em 2016, o ciclo atingiu 5,40 (uma diferença de 0,15 ponto em relação aos 5,25 de 2015). A pontuação conquistada também é a melhor dos últimos nove anos. Os Anos Finais (6º ao 9º ano), por sua vez, tiveram queda: as notas foram de 3,06 para 2,93.
Os resultados indicam ainda que a rede estadual continua avançando para atingir as metas estabelecidas pela Secretaria para 2030. O ciclo 1 do Fundamental já atingiu 77,1% da meta 7 (em 2016: 5,40). O ciclo 2, 48,8% da meta 6 (em 2016: 2,93). No Ensino Médio, 46% da meta 5 (em 2016: 2,30).