• Siga-nos em nossas redes sociais:
quinta-feira, 17/08/2017
Crédito: A2img / Mastrangelo Reino
A Escola Que Queremos

#GestãoEmFoco: programa inspira alunos na produção de livro com poesias

DE Leste 4 aplicou projeto piloto do MMR, que está sendo implantado em 1.128 escolas da capital

Ao entrar pelos portões da E.E. Sergio da Silva Nobreza, da Diretoria Regional Leste 4, é comum avistar alunas e alunos espalhados pelo espaço da unidade com um livro nas mãos. Alguns preferem o chão do pátio, outros se acumulam embaixo das árvores que enfeitam o jardim, poucos se dirigem à quadra de esportes, mas todos sempre muito bem acompanhados pelas novas amizades: as personagens, que fazem parte das histórias contadas nas páginas das publicações que carregam pelas mãos. Mas, esse interesse pela leitura nem sempre foi a realidade da escola. Se trata do resultado de um trabalho em equipe, formada pela Educação e comunidade escolar. O programa leva o nome de Gestão em Foco – Método de Melhoria de Resultados.

Siga a Secretaria da Educação no Twitter e no Facebook

O MMR – Método de Melhoria de Resultado representa, na escola, uma nova dinâmica na hora de tratar questões pedagógicas. Com o projeto Gestão em Foco – MMR, o objetivo é elaborar um diagnóstico eficaz sobre o desempenho dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Em 2016, um projeto piloto foi implantado em 77 escolas, em parceria com a Consultoria Falconi. Uma das escolas escolhidas para a implantação foi, justamente, a Sergio da Silva Nobreza. Em 2017 está sendo colocado efetivamente em prática, e servirá como eixo para 1.128 escolas e cerca de 1 milhão de alunas e alunos.

A diretora da Sergio da Silva Nobreza, Miriam Ribeiro dos Santos, esclarece que vários projetos foram trabalhados na unidade para que fosse colocado em prática o MMR. No entanto, ela acredita que o carro chefe foram as ações de “assembleias entre alunos, aonde os mesmos discutiam seus rendimentos, pontuavam as suas dificuldades e, juntos [com a gestão da escola], traçavam metas para a melhoria de resultado do bimestre seguinte”, explica. Segundo ela, hoje “a escola tem um novo olhar, tanto para o aluno, quanto para o professor é uma escola em movimento. Você anda no pátio tem aluno lendo, você vai na quadra tem aluno lendo”, elucida Miriam, e acrescenta que “outra coisa que também ficou muito claro, quando o aluno é chamado para falar, para pontuar, para questionar eles também se sentem corresponsáveis.”

As Diretorias de Ensino terão metas a cumprir, ao aplicar o MMR. Para facilitar o monitoramento de ações e seus resultados, será implantada uma metodologia de acompanhamento das atividades das escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio. Com ajuda da plataforma Foco e Aprendizagem, uma tecnologia criada pela Secretaria para mapear as habilidades dos alunos, serão cruzados os resultados das Avaliações de Aprendizagem em Processo e do Saresp – Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. A diferença é que, além de apontar as dificuldades, o método auxilia os gestores a buscar soluções e aplicá-las.

Na prática, os professores e a direção da Sergio da Silva Nobreza identificaram que os estudantes não tinham o hábito de ler, o que dificultava, inclusive, o entendimento das matérias dadas em sala de aula e, consequentemente, o andamento do conteúdo pedagógico programado. Com o auxílio do MMR, foram traçadas estratégias para que os trabalhos desenvolvidos tivessem laços estreitos com a prática da leitura. Com isso, surgiram os projetos: assembleia entre alunos para estabelecer metas (viram a importância de dar voz aos discentes); investir em conteúdos pontuais para Atividade de Trabalho Coletivo Pedagógico (ATPC); poesia ao pé do ouvido, quando um aluno lê uma poesia para outro aluno, com a ajuda de um cone que direciona a fala até o ouvido do interlocutor; e leitura com foco na aprendizagem, com a realização de um sarau de poesias escritas pelos próprios alunos, após trabalhos em sala de aula.

A cereja do bolo foi a publicação de um livro, que reuniu uma poesia de cada sala da escola, todas escolhidas pelos estudantes, em votação. A aluna Victória dos Santos de Almeida afirma que “nunca tinha feito [poesia]. Os professores foram ensinando, passo-a-passo, a fazer uma poesia. E é um negócio bem interessante, porque eu não tinha contato nenhum com essa forma de escrever. Antes eu até achava chato”, explica ao relatar a experiência pessoal.

Mas, não seria justo se a comunidade escolar guardasse um trabalho tão grandioso como este trancado do portão para dentro da escola. Foi então que surgiu a ideia de levar o projeto Leitura ao Pé do Ouvido até o setor de oncologia do Hospital Santa Marcelina, quando alunos da unidade puderam ler histórias e poesias aos pacientes da instituição. Elexandra Maria de Jesus, professora da escola, vê o resultado “como algo maravilhoso. Foi surpreendente e provou, para eles mesmos [os estudantes], que eles são capazes. Que eles podem e que eles conseguem fazer. E isso causou uma autoestima tão grande que foi um sucesso”, finaliza.

Sobre a implantação do MMR

São, ao todo, oito etapas. A primeira é a identificação das dificuldades. Feito o diagnóstico, é elaborado um plano de melhoria. Todas as fases passam a ser monitoradas, assim como os resultados parciais e possíveis correções de rota. Ao término do processo, as práticas são compartilhadas.

Para garantir a aplicação correta do MMR – Método de Melhoria de Resultado, e acompanhar todas as etapas, foram formados em cada Diretoria de Ensino um comitê regional, além do gestor de projeto e o grupo de facilitadores.