Arte contemporânea a história recente estão entre os assuntos da palestra que farão para adolescentes
Um tabuleiro gigante no pátio em que, não raro, os alunos se transformam em peças vivas que representam peões, reis, torres, damas, bispos e cavalos. A criatividade em uma escola modesta, como a EE Professora Antonia B. Ce Apiaí, no Alto Vale do Ribeira, é requisito fundamental para que iniciativas como o projeto Batalha do Conhecimento – Prazer em Aprender , decolem com as próprias asas.
O projeto surgiu em 2003, idealizado pela professora Janice Corrêa Prestes, ela mesma autodidata no jogo desde criança, que decidiu transferir seus conhecimentos para os alunos como mais uma ferramenta para o aprendizado de Matemática.
A proposta logo foi abraçada pela diretora da escola, Maria do Carmo Nedopetalski, que providenciou a compra dos primeiros tabuleiros, e aos poucos foi envolvendo não só a comunidade escolar como ganhou parceiros anônimos e no comércio da cidade.
O imenso tabuleiro desenhado no chão do pátio da escola utiliza peças criadas com isopor. “As originais de tamanho gigante são caras e não temos condições de comprá-las”, diz a professora Janice. E quando faltam peças feitas com isopor usa-se, mais uma vez, a criatividade. “Usamos as roupas de xadrez e os alunos se transformam em peças do tabuleiro”, conta Janice.
A idéia “pegou” de tal forma que, hoje, todas as escolas da Diretoria de Ensino de Apiaí desenvolvem o projeto, sob a coordenação de assistentes técnico pedagógicos de Matemática. Os alunos tornaram-se Mestres Multiplicadores de Xadrez e são professores voluntários nas escolas municipais de Apiaí. No ano passado deram seus primeiros lances em torneios oficiais participando dos Jogos Regionais. ‘Foi uma boa experiência para eles”, observa a professora Janice
E o apoio à iniciativa, dentro e fora da escola, ganha cada vez mais parceiros. O xadrez virou tema de rotina no jornal local, que publica os eventos promovidos não só pela escola como os torneios que são disputados na região. O mais importante, porém, na visão da professora Janice, é a constatação de que projetos como esse fazem a diferença “porque ajudam a formar alunos conscientes e podem mudar a maneira de agir e pensar da sociedade”.
Daniel Pereira