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terça-feira, 14/11/2006
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Escolas Estaduais da Capital e interior resgatam valores históricos

Projeto inclui aulas teóricas, visita a museu e encenação de peça teatral para conscientizar alunos e comunidade sobre a importância do patrimônio histórico A Escola Estadual Regente Feijó, em Itu, […]

Projeto inclui aulas teóricas, visita a museu e encenação de peça teatral para conscientizar alunos e comunidade sobre a importância do patrimônio histórico

A Escola Estadual Regente Feijó, em Itu, no interior do Estado, aproveitou o fato da cidade ser o berço da Proclamação da República para realizar um projeto diferenciado que resgata e valoriza os patrimônios públicos e culturais da escola e da cidade. Denominado Resgatando Nossa Identidade – Itu Berço da República, o projeto iniciado em outubro deste ano envolve 250 alunos das 8ª séries do ensino fundamental e 1ª séries do ensino médio, e tem como objetivo principal conscientizar os estudantes e a comunidade sobre a importância histórica dos prédios da cidade, além de prevenir pichações e depredações.

Passo a passo

A primeira etapa do projeto foi realizada em sala de aula. Durante esta semana os alunos visitarão o atual Museu Republicano Convenção de Itu, local onde o Partido Republicano Paulista (PRP) foi fundado, em 1873. O partido – que colaborou com a Proclamação da República dezesseis anos depois – deu a Itu o título de berço da república. “Os alunos também visitaram o memorial da escola, fundada em 1932, e tiveram acesso a documentação de sua criação”, conta a coordenadora pedagógica Eliana de Toledo Almeida, responsável pela montagem de uma peça sobre a Proclamação da República que deverá ser apresentada pelos alunos na praça da cidade.

Segundo a diretora Maria de Fátima Spinardi Domingues, o resultado destas ações já pode ser percebido. “Tínhamos problemas de pichação interna e, com este trabalho de conscientização e preservação do patrimônio, conseguimos verificar uma mudança de comportamento dos alunos”, afirma a diretora.

Sobre o Museu Republicano Convenção de Itu

O acervo guarda objetos, documentos iconográficos e textuais que pertenceram ou estão ligados aos ‘ convencionais ‘, como ficaram conhecidos aqueles que participaram da Convenção Republicana. São objetos pessoais, mobiliário, obras de arte e até a mesa usada na reunião.

O museu tem ainda uma biblioteca com um acervo de aproximadamente quatro mil volumes, entre livros e teses, e 142 títulos de periódicos abrangendo a temática do museu, além de 23 títulos de jornais. O acervo reúne ainda cerca de dois mil volumes pertencentes à Biblioteca Prudente de Morais, doada na década de 20 por familiares do primeiro presidente civil do Brasil.

Na visita ao museu é possível conhecer aspectos importantes da vida política, cultural e social do período conhecido como ‘República Velha’, e ver a sala onde se deu a reunião que desencadeou o movimento que iria modificar os destinos do País.

Sobre a Proclamação da República

O estabelecimento da República no Brasil não teve uma participação popular. A conspiração que derrubou a monarquia ficou restrita a poucos republicanos. Entre eles estavam Rui Barbosa (deputado e jornalista), Aristides Lobo e Quintino Bocaiúva, as maiores lideranças republicanas do Rio de Janeiro; Francisco Glicério, proeminente chefe do Partido Republicano Paulista, e Benjamim Constant (estadista, militar e professor).

Benjamim Constant começou a conspirar para a derrubada da monarquia no início de novembro de 1889. No dia 11 do mesmo mês, Rui Barbosa, Aristides Lobo, Benjamim Constant e Quintino Bocaiúva, entre outros, conseguiram a adesão do Marechal Deodoro da Fonseca, figura de maior prestígio do Exército, que relutara em participar do movimento por conta da amizade com o imperador.

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. No mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório. Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo a Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil.

Na capital, escola envolve alunos na preservação da própria história

A Escola Estadual Romeu de Moraes, na região centro oeste da Capital, também desenvolve um projeto diferenciado sobre o tema. O objetivo do projeto Brasil – do Império à República é definir com alunos de 5ª série o conceito de museu a partir da história e do acervo do Museu Paulista. Outra intenção é ampliar os conhecimentos históricos e culturais dos alunos para valorizar o acervo histórico e artístico da sociedade.

Como será

O projeto é dividido em várias etapas: preparação em sala de aula sobre o conceito de museu; memória e história específica do Museu Paulista e do Parque da Independência. Depois serão realizadas visitas ao acervo e ao complexo da Independência (Monumento, Casa do Grito, Jardim Francês e Museu Paulista). Na fase final, os alunos produzirão atividades sobre os conhecimentos obtidos para a montagem de um museu na escola. É quando os alunos selecionarão objetos para serem descritos e catalogados para formar o material a ser exposto no museu do aluno.